sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Evangelho do dia - 29/10/2010

Lc 14, 1-6
Festejar o sábado é dar vida aos homens
 

-* 1 Num dia de sábado aconteceu que Jesus foi comer em casa de um dos chefes dos fariseus, que o observavam. 2 Havia um homem hidrópico diante de Jesus. 3 Tomando a palavra, Jesus falou aos especialistas em leis e aos fariseus: «A Lei permite ou não permite curar em dia de sábado?» 4 Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, o curou, e o despediu. 5 Depois disse a eles: «Se alguém de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tiraria logo, mesmo em dia de sábado?» 6 E eles não foram capazes de responder a isso.

* 14,1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Evangelho do dia - 28/10/2010

SS. Simão e Judas Tadeu, apóstolos
Lc 6,12-19
Os doze apóstolos
 

* 12 Nesses dias, Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem também deu o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.

Anseio por um mundo novo -* 17 Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judéia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus, foram curados. 19 Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

* 12-16: Jesus escolhe os doze apóstolos, que formarão o núcleo da comunidade nova que ele veio criar. A palavra apóstolo significa aquele que Jesus envia para continuar a sua obra.
* 17-26: O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os vv. 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Reunião da Fraternidade em Ponta Negra - 24/10/2010

No último domingo 24/10 a nossa Fraternidade celebrou a Santa Missa, formação e convívio fraterno em Ponta Negra, foram momentos de grandes alegrias e experiências para os irmãos, que o Espírito Santo de Deus continue unindo cada vez mais nossos irmãos!

paz e bem!












Jubileu de Prata - Irmãos Marita, Mirtes e Aloysio

No último dia 10/10/2010 a nossa Fraternidade comemorou o Jubileu de Prata dos nosso queridos irmãos Marita, Mirtes e Aloysio, foi um momento de grande alegria e de exemplo de amor e fidelidade a esta linda vocação. Que nossos irmãos continuem sendo exemplo de caminhada e perseverança na caminhada franciscana em suas vidas.  Que Deus possa abençoar os nossos irmãos e que São Francisco recorde em seus corações o grande sentido em suas vidas: "É isso que eu desejo, é isso que eu quero, é isso que desejo de todo coração..." Parabéns queridos irmãos!!!!!


Fotos da Missa, celebrada pelo nosso Assistente Espiritual Frei Donil OFMConv:







Tivemos a alegria da preseça de irmãos de outras Fraternidades:


O encontro dos irmãos em nossa Sede:




Evangelho do dia - 27/10/2010

Lc 13,22-30
A salvação é para todos
 
-* 22 Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém. 23 Alguém lhe perguntou: «Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?» Jesus respondeu: 24 «Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão. 25 Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês vão ficar do lado de fora. E começarão a bater na porta, dizendo: ‘Senhor, abre a porta para nós!’ E ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês’. 26 E vocês começarão a dizer: ‘Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças!’ 27 Mas ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!’ 28 Então haverá aí choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaac e Jacó junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vocês jogados fora. 29 Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30 Vejam: há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos.»

* 22-30: Jesus não responde diretamente à pergunta. A salvação é universal, está aberta para todos, e não só para aqueles que conhecem a Jesus. A condição é entrar pela porta estreita, isto é, escolher o caminho de vida que cria a nova história.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Descoberta de ossos interrompe obra na catedral em Florianópolis

Material foi encontrado durante retirada de assoalho de capela.
Por causa disso, inauguração da terceira fase da reforma sofreu atraso.

Do G1, em São Paulo
 
A descoberta de ossos enterrados interrompeu a reforma na Catedral Metropolitana de Florianópolis. Segundo o presidente da Comissão de Restauração, Roberto Alvarez Bentes de Sá, o material foi encontrado na semana passada, durante a retirada do assoalho da capela de Nossa Senhora das Dores.

Ossos foram descobertos durante retirada de assoalho Ossos foram descobertos durante retirada de assoalho (Foto: Charles Guerra/Diário Catarinense/Ag.RBS)
 
Bentes de Sá disse ao G1 que os ossos estão sendo analisados por um arqueólogo. "Ficamos surpresos", afirmou ele.

De acordo com o presidente da comissão, o espaço onde fica a capela já foi usado pela Ordem Terceira e, na época, era comum o enterro de seus integrantes no local. A principal suspeita é que os ossos pertencem aos membros dessa ordem.

As obras na catedral começaram em 2005. A inauguração da terceira fase da revitalização estava marcada para 8 de outubro. Mas, por causa da paralisação na reforma, a data foi adiada. A previsão é que ocorra até o fim de novembro.

Mensagem do Papa Bento 16 aos seminaristas de todo o mundo



Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres. Eu sabia que esta «nova Alemanha» estava já no fim e que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma «profissão» do futuro, antes pertenceria já ao passado. Contrariando tais objeções e opiniões, vós, queridos amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade. Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: «Até os cabelos da vossa cabeça estão contados». Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.

O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote, sozinha. É necessária a «comunidade dos discípulos», o conjunto daqueles que querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.

1. Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um «homem de Deus», como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do «big-bang». Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus. Quando o Senhor fala de «orar sempre», naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contato interior com Deus. Exercitar-se neste contato é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo fato de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.

2. Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas. Para além do mais, São Cipriano interpretou a súplica do Evangelho «o pão nosso de cada dia nos dai hoje», dizendo que o pão «nosso», que, como cristãos, podemos receber na Igreja, é precisamente Jesus Eucarístico. Por conseguinte, na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão «nosso»; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo Ressuscitado, que se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino. Para uma reta celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fieis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram rezando.

3. Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o fato de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.

4. Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso, a piedade popular é um grande patrimônio da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos «Povo de Deus».

5. O tempo no Seminário é também, e sobretudo, tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma «norma da doutrina», à qual fomos entregues no Baptismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: «Sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar “a razão” (logos) da vossa esperança» (1 Ped 3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Tudo o que vos peço insistentemente é isto: Estudai com empenho! Fazei render os anos do estudo! Não vos arrependereis. É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Mas é completamente errado pôr-se imediatamente e sempre a pergunta pragmática: Poderá isto servir-me no futuro? Terá utilidade prática, pastoral? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade, de modo que a mesma se torne resposta às questões dos homens, os quais, do ponto de vista exterior, mudam de geração em geração e todavia, no fundo, permanecem os mesmos. Por isso, é importante ultrapassar as questões volúveis do momento para se compreender as questões verdadeiras e próprias e, deste modo, perceber também as respostas como verdadeiras respostas. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura, na sua unidade de Antigo e Novo Testamento: a formação dos textos, a sua peculiaridade literária, a gradual composição dos mesmos até se formar o cânon dos livros sagrados, a unidade dinâmica interior que não se nota à superfície, mas é a única que dá a todos e cada um dos textos o seu pleno significado.

É importante conhecer os Padres e os grandes Concílios, onde a Igreja assimilou, refletindo e acreditando, as afirmações essenciais da Escritura. E poderia continuar assim: aquilo que designamos por dogmática é a compreensão dos diversos conteúdos da fé na sua unidade, mais ainda, na sua derradeira simplicidade, pois cada um dos detalhes, no fim de contas, é apenas explanação da fé no único Deus, que Se manifestou e continua a manifestar-Se a nós. Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecumênica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canônico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor. Agora, não quero continuar o elenco, mas dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja, a qual, com a sua autoridade, não é um pólo oposto à ciência teológica, mas o seu pressuposto. Sem a Igreja que crê, a teologia deixa de ser ela própria e torna-se um conjunto de disciplinas diversas sem unidade interior.

6. Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente «íntegro». Por isso, a tradição cristã sempre associou às «virtudes teologais» as «virtudes cardeais», derivadas da experiência humana e da filosofia, e também em geral a sã tradição ética da humanidade. Di-lo, de maneira muito clara, Paulo aos Filipenses: «Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento» (4, 8). Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e, ao mesmo tempo, destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura. Entretanto, o sucedido deve tornar-nos mais vigilantes e solícitos, levando precisamente a interrogarmo-nos cuidadosamente a nós mesmos diante de Deus ao longo do caminho rumo ao sacerdócio, para compreender se este constitui a sua vontade para mim. É função dos padres confessores e dos vossos superiores acompanhar-vos e ajudar-vos neste percurso de discernimento. É um elemento essencial do vosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar por Ele.

7. Hoje, os princípios da vocação sacerdotal são mais variados e distintos do que nos anos passados. Muitas vezes, a decisão para o sacerdócio desponta nas experiências de uma profissão secular já assumida. Frequentemente cresce, nas comunidades, especialmente nos movimentos, que favorecem um encontro comunitário com Cristo e a sua Igreja, uma experiência espiritual e a alegria no serviço da fé. A decisão amadurece também em encontros muito pessoais com a grandeza e a miséria do ser humano. Deste modo, os candidatos ao sacerdócio vivem muitas vezes em continentes espirituais completamente diversos; poderá ser difícil reconhecer os elementos comuns do futuro mandato e do seu itinerário espiritual. Por isso mesmo, o seminário é importante como comunidade em caminho que está acima das várias formas de espiritualidade. Os movimentos são uma realidade magnífica; sabeis quanto os aprecio e amo como dom do Espírito Santo à Igreja. Mas devem ser avaliados segundo o modo como todos se abrem à realidade católica comum, à vida da única e comum Igreja de Cristo que permanece uma só em toda a sua variedade. O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro. Na convivência, por vezes talvez difícil, deveis aprender a generosidade e a tolerância não só suportando-vos mutuamente, mas também enriquecendo-vos um ao outro, de modo que cada um possa contribuir com os seus dotes peculiares para o conjunto, enquanto todos servem a mesma Igreja, o mesmo Senhor. Esta escola da tolerância, antes do aceitar-se e compreender-se na unidade do Corpo de Cristo, faz parte dos elementos importantes dos anos de Seminário.

Queridos seminaristas! Com estas linhas, quis mostrar-vos quanto penso em vós precisamente nestes tempos difíceis e quanto estou unido convosco na oração. Rezai também por mim, para que possa desempenhar bem o meu serviço, enquanto o Senhor quiser. Confio o vosso caminho de preparação para o sacerdócio à proteção materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça. A todos vos abençoe Deus onipotente Pai, Filho e Espírito Santo.

Vaticano, 18 de Outubro – Festa de São Lucas, Evangelista – do ano 2010.

Vosso no Senhor

Benedictus PP XVI

Dia de São Pedro de Alcântara

São Pedro de Alcântara
1499-1562
Memória litúrgica : 19 de outubro

 
João, como o santo se chamava antes de ser religioso, nasceu em 1499 em Alcântara, pequena cidade espanhola da Estremadura, nos limites com Portugal. Filho de Alfonso Gavarito e Maria Vilela de  Sanabria.  Terminados seus estudos universitários em Salamanca (1511-15), com 16 anos ingressou na comunidade dos franciscanos descalsos (depois chamados de  Observantes) da localidade de Los Majaretes.

Ao receber  o hábito franciscano, recebeu o nome de Frei Pedro. Depois da profissão, no convento de São Francisco de Belvis, fez os estudos de teologia, mas antes de chegar ao sacerdócio foi encarregado da fundação do convento de Badajoz para o qual foi nomeado superior, como o foi também de outras casas da nova província ibérica de São Gabriel.

Alguns anos depois de sua ordenação sacerdotal (1524), teve licença para viver no retiro ou eremo no Convento de Santo Onofre  dando visível testemunho de  vida orientada para  austeríssima penitência e dura pobreza.  Tinha como motivação o ideal franciscano e o desejo de fazer com que a Ordem voltasse à rigorosa observância da Regra.  Não é de admirar que tenha encontrado encarniçada resistência por parte de muitos de seus confrades, embora ele, severamente rígido para consigo, mostrava-se indulgente para com os outros. De outro lado, nem todos tinham sua têmpera de penitente. A fama de suas virtudes chegou até Portugal e rei João III manifestou o desejo de tê-lo como seu conselheiro.

Eleito superior da Província de São Gabriel, encaminhou  seu projeto de reforma.  Escreveu as Ordinaciones Provinciales que foram aprovadas no Capítulo de Plasencia em 1540.  Só pode colocar esta reforma em prática em 1554 quando o Papa Júlio III  deu-lhe a autorização para viver eremiticamente em Santa Cruz de Cebollas, em Soria.

Mais tarde, por dificuldades sobrevindas dos Observantes temerosos de uma nova cisão na Ordem, e para melhor garantir a aplicação da sua reforma, teve permissão de passar para a obediência dos conventuais, sob a qual ele foi nomeado provisoriamente comissário dos conventos reformados que eram organizados primeiramente em custódia e, depois, em província (1561).

Os Observantes, todavia,  procuraram de todos os meios fazer com que o movimento de reforma promovido pelo santo fosse colocado sob sua jurisdição. Fizeram pedidos e solicitações a Roma e mesmo junto ao Papa Pio IV.   Demoradas e delicadas foram essas tratativas.  Por fim, a reforma passou a ser enquadrada dentro da Ordem dos Frades Menores observantes.  Assim, Frei Pedro e seus confrades da província reformada passaram novamente para a Observância.  A reforma alcantarina encontrou sequazes fora da Espanha, como em outros países da Europa, do Extremo Oriente e da América Latina.

A santidade excepcional de vida de Frei Pedro de Alcântara vem atestada em numerosos escritos. O mais conhecido é certamente o Tratado da Oração e da Meditação (publicado pela Editora Vozes, agora em segunda edição). Uma vez superada a controvérsia a respeito da paternidade da obra por parte de  Frei Pedro, o texto apresenta-se claramente impregnado do espírito franciscano com suas características de simplicidade, afetividade, de concreteza, enquanto desenvolve  interessantes temas doutrinais que não se acham presentes na obra dominicano Luís de Granada a respeito do qual  o Santo havia escrito um obra.  Teresa d’Avila menciona o Tratado em seu Castelo interior. Prova  de  sua boa receptividade são suas numerosissimas edições.  Desse tratado, deve-se destacar, como documento plenamente franciscano e especificamente alcantarino,  o capítulo no qual o santo exalta seu característico culto da cruz, expondo para cada dia da semana uma especial”memória”  da “Santíssima Paixão”.  Atribui-se a Pedro de Alcântara o costume de plantar uma cruz como lembrança de missões pregadas.

O que permanece de extraordinário no Santo é, sem dúvida, o exemplo de sua vida,  sua invencível paciência, seu altíssimo grau de contemplação, de austeridade pessoal, sem deixar de mencionar os dons místicos de que foi agraciado.  Em sua Autobiografia Teresa d’Avila, escreve admirada:  “Grande modelo de virtudes era  Frei Pedro de Alcântara!  O mundo de hoje não é mais capaz de uma tal perfeição. Que coragem deu o Senhor a este santo para que fizesse 47 anos de tão duras penitências”.  Teresa se referia ao pouco tempo consagrado ao sono  e a seus jejuns tão severos!

Além do relacionamento seu com Santa Teresa d’Avila  que o escolheu como diretor espiritual e conselheiro para a reforma carmelitana que empreendia, Frei Pedro teve contactos com outras eminentes personalidades, como São Francisco Borgia (1510-72), terceiro Geral da Companhia de Jesus, ou políticos, como o imperador Carlos V, dito conquistador do mundo ( 1550-1558). Para mostrar como o Santo evitava tudo o que pudesse de alguma forma ferir seu desejo de despojamento e minoridade, conta-se o seguinte episódio (verdadeiro ou lendário):  quando o Imperador o chamou para pedir que fosse seu confessor, o humilde franciscano teria se lançado a seus pés e beijando-lhe a mão, disse:  “Vossa Majestade certamente procurará aceitar a vontade de Deus. Se eu não voltar mais, isto quererá dizer que Deus não quis que eu aceitasse esse encargo”.  E nunca mais apareceu.

Rico de virtudes e de méritos, morreu suavemente em  Arenas de São Pedro, na diocese de Ávila, a 18 de outubro de 1562 com a idade de  63 anos.  Aparecendo a Santa Teresa mostrou a alegria que conquistou na pátria da glória, exclamando: “Ó feliz penitência que me mereceu a glória no paraíso!”

Foi beatificado pelo Papa  Gregório XV a 18 de abril de 1622 e canonizado por Clemente IX em 28 de abril de 1669.

Evangelho do dia - 19/10/2010

Lc 12,35-38
Vigilância e responsabilidade
 

-* 35 «Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. 36 Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. 37 Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra!

* 35-48:
Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Evangelho do dia - 18/10/2010

Lc 10,1-9
Os anunciadores do Reino
 

-* 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos, e os enviou dois a dois, na sua frente, para toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E lhes dizia: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita. 3 Vão! Estou enviando vocês como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não parem no caminho, para cumprimentar ninguém. 5 Em qualquer casa onde entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se aí morar alguém de paz, a paz de vocês irá repousar sobre ele; se não, ela voltará para vocês. 7 Permaneçam nessa mesma casa, comam e bebam do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem passando de casa em casa. 8 Quando entrarem numa cidade, e forem bem recebidos, comam o que servirem a vocês, 9 curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!’

* 10,1-16:
Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ser Franciscano hoje

Por Frei Neylor Tonin


Ser franciscano, hoje, é fazer a dupla experiência do Cristo pobre e crucificado e dos leprosos de todas as lepras, físicas, materiais e afetivas. É não voltar o rosto para o outro lado quando os pobres cruzam nossos caminhos. É descer do cavalo das nossas arrogâncias, para abraçá-los e para partilhar com eles nossos dinheiros. Este é o caminho franciscano de encontrar no leproso o rosto machucado de Jesus.

Ser franciscano, hoje, é fazer um ato absoluto de fé, sem ressalvas e sem suaves prestações, e viver na esfera do divino, gravitando em torno a Deus. Ele foi para São Francisco “o Bem, todo o Bem, o sumo Bem, o Bem universal”. Um franciscano, por isso, o ama com todo o coração e com toda alma. Deus é a sua aposta, pois Ele é a vida da sua vida.

Ser franciscano, hoje, é fazer a experiência radical da gratuidade, reconhecendo e crendo que somos amados pelo Deus de todos os amores, que provê o alimento para os pássaros do céu e cuida dos lírios dos campos. Ele é um Deus-providência que cuida até dos cabelos de nossas cabeças. Em nossas mesas, acreditamos, nunca faltarão pão e vinho, sempre que, generosamente, partilhamos com os necessitados o peixe de nossas redes. Ele é a nossa bênção que faz o sol nascer para a nossa alegria e faz sua chuva encher de flores os nossos jardins.

Ser franciscano, hoje, é ter como regra e ordem de vida o evangelho de Jesus. Esta sabedoria é um caminho e, como tal, é uma proposta e uma provocação que prometem uma vida de abundância e imortalidade. Os caminhos humanos podem ser bons e muitas vezes são muito bons, mas podem, ao mesmo tempo, ser relativos e caducos. O que um franciscano não pode é confiar, de forma absoluta, em seus celeiros e enterrar seu coração em arcas de tesouros materiais. Na mística franciscana, temos que abandonar as pompas do consumismo, porque os apetites humanos são limitados e inconsistentes.

Ser franciscano, hoje, é ser irmão, é ter sentimentos e práticas de fraternidade, de generosidade e solidariedade evangélicas. Ser irmão é o maior título das aspirações humanas. Todos somos irmãos. Somos companheiros de destino e ninguém é uma ilha. Vivemos todos numa mesma casa que é de Deus, que é Pai de todos. Tanto quanto de Deus, nossa vida pertence aos irmãos.

Ser franciscano, hoje, é desnudar-se e escolher a Deus como pai único e definitivo. Este despojamento presidiu a vida de Francisco, levando-o a renunciar a toda e qualquer riqueza para identificar-se com o Cristo pobre e crucificado. Assim desnudo, sentiu-se e tornou-se livre para desposar à Senhora e Dona Pobreza. Passou a amar a Pobreza em nome de Cristo e de todos os pobres da terra. Há uma pobreza bendita que é assumida por amor ao Reino dos Céus e uma pobreza maldita, fruto das injustiças humanas.

Ser franciscano, hoje, é amar a Irmã Clara e todas as Claras do mundo com um amor gratuito e com um coração encantado de trovador. Nenhuma mulher pode ser propriedade de nossos apetites e egoísmos, quando a amamos com sentimentos limpos. A mulher é linda porque Deus é a fonte da beleza. Ela é parceira de amor porque Deus a fez expressão de seu amor para o homem. Todo franciscano vê a mulher como se fosse clara de nome, mais clara por sua vida e claríssima por suas qualidades e virtudes.

Ser franciscano, hoje, é dispor-se a romper o círculo infernal do individualismo em favor dos ideais da comunidade. Vivemos graças aos outros e temos que viver para os outros. Somos membros de um mesmo corpo social e o destino de uma pessoa está ligado ao destino da sociedade. Temos que lutar em favor da fraternidade humana, sem distinção de classe, nação, idade, pobreza ou fortuna, cor e religião.

Ser franciscano, hoje, é reconhecer que todos tem direito de participar da festa da vida, não apenas por caridade, mas por justiça. Hoje, infelizmente há pobres demais e ricos de menos. Os seguidores de São Francisco devem proporcionar a todos o direito à mesa da comida, atualizando o milagre da multiplicação dos pães.

Ser franciscano, hoje, é vivenciar uma profunda alegria espiritual, com o discernimento de que as pessoas não são alegres. Experimentam euforias, mas não gozam de paz. Suas bocas riem, mas seus rostos não são sorridentes. E, por isso, não tem a verdadeira alegria franciscana. Um franciscano deve ser alegre pelo caminho real do amor sem travas e do sacrifício sem relutância e parcimônia.

Ser franciscano, hoje, é viver para além das ofensas e estar pronto para o perdão, sabendo que é perdoando que se é perdoado. O perdão e a paz são presentes do Cristo Ressuscitado. Um franciscano tem que ser homem e mulher de comunhão, alimentando a rebeldia da esperança que rechaça todo tipo ódio, de derrota e desejo de vingança.

Ser franciscano, hoje, é conviver com o lobo de Gubbio, é não poluir as águas, nem sujar as ruas, é reverenciar todas as criaturas e cantar o Irmão Sol e a Irmã Lua. É ter espírito ecológico, segundo o qual todos os seres são expressão do amor de Deus e formam conosco a grande sinfonia de louvor à vida e ao seu Criador.

Ser franciscano, hoje, é ser salmista da vida, rezando a Deus: Faz-me da vida bom pastor, ardente profeta, encantado poeta. Hoje e amanhã, ser franciscano será viver feliz pela graça de viver, dando as costas a queixas, broncas e condenações que nos distanciam da casa da fraternidade e da festa da Páscoa.

Ser franciscano, hoje, é, enfim, olhar a vida como graça e a morte como irmã. Se a vida comporta encontros e desencontros, a morte propiciará o grande encontro com o Deus de todas as graças. Se abraçarmos a vida com espírito franciscano, seremos abraçados na morte pelo Deus de todos os abraços. Por isso pode um franciscano rezar: “Louvado sejas, meu Senhor, pela Irmã Morte da qual homem algum pode fugir”. Dela não fugiremos porque será nossa última oração e o começo de nossa suprema ventura. .

Evangelho do dia - 15/10/2010

Lc 12,1-7
Autenticidade do discípulo
 
 

-* 1 Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, de modo que uns pisavam nos outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: «Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. 3 Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados.»

Testemunhar sem medo -* 4 «Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer. 5 Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer. 6 Não se vendem cinco pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7 Até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais

* 12,1-3: Em contraste com a conduta hipócrita dos fariseus, o Evangelho pede aos discípulos que sejam autênticos, isto é, que a vida e ação deles testemunhem o compromisso deles com Jesus.

POR QUE O MAL EXISTE?










POR QUE O MAL EXISTE?

Creio que esta seja a pergunta mais inquietante que o ser humano já fez e continua fazendo, cada vez que sente os efeitos da maldade sobre a criação e sobre si mesmo. Doenças incuráveis; catástrofes naturais; a luta ferrenha pela sobrevivência; o domínio dos poderosos sobre os menos favorecidos; guerras, fome, maus costumes, vícios, perversões de toda espécie, degradação moral; corrupção e uma lista interminável de maldades percebidas a todo instante e em todos os lugares.


Para compreendermos melhor esse assunto, devemos partir da Revelação Natural e Sobrenatural de Deus; tudo o que Deus criou é bom, belo, carrega sua unicidade e por isso é mantido pelo Criador, funcionando perfeitamente conforme as leis naturais que Ele concedeu para o nosso bem. No entanto, quando constatamos que algo não vai bem, vemos nesse desequilíbrio a ação maléfica do homem, interferindo naquilo que antes funcionava perfeitamente. Mas, então, qual a origem dessa ação maléfica no homem? Ou, em outras palavras, como surgiu a malignidade na face da terra?


Ora, pela Revelação que Deus nos faz de Si mesmo e da história da salvação humana na Sagrada Escritura, sabemos que o mal é de origem espiritual. Fomos criados por Deus à sua imagem e semelhança em total liberdade, para, a partir dessa liberdade, vivermos em perfeita comunhão com o nosso Criador e Pai, até chegarmos à plenitude dessa liberdade, a vida eterna. Ocorre que o homem quebrou essa união entre criatura e Criador, cedendo sua liberdade à um ser espiritual, cujo nome na Revelação, é satanás, anjo de luz que se rebelou contra Deus, porque recusou servir ao Senhor. Nada disso, porém, se deu sem o consentimento livre do homem, sem sua decisão consciente. Todavia, o Senhor não levou em conta o pecado do homem, por sua inferioridade natural, mas deu curso à sua obra criada para que chegue à perfeição de sua glória.


COMO DISCERNIR A AÇÃO DO MAL NO MUNDO?

O Senhor deu à nós, seres humanos, dons naturais e graças sobrenaturais para termos a percepção e o entendimento sobre a preservação da vida e o sentido eterno dela. Dentre os dons naturais que Deus nos deu, temos as faculdades da alma: vontade, inteligência e desejos; temos também os instintos e todos os sentidos; a liberdade de ser e existir e o poder de decisão. Por outro lado, dentre os graças sobrenaturais, temos o dom do Espírito Santo, a filiação divina, a graça da ressurreição, a proteção dos anjos da guarda, a proteção especial do Senhor por nossa fé e obediência aos santos mandamentos de Sua Lei e a graça da oração pela qual invocamos o seu santo nome sobre nós e sobre todas as outras criaturas. Ora, dotados de capacidades e bênçãos tão especiais, podemos discernir perfeitamente as ações maléficas do inimigo de Deus e de nossas almas no mundo, para não compactuarmos com sua revolta e malignidade; e para neutralizarmos suas terríveis ações.


Uma alma em estado de graça é uma alma em perfeita comunhão com a vontade de Deus, isto é, conduzida pelo Espírito Santo, dotada de todas as virtudes que a santifica. Sabemos que o maligno não pode se aproximar da Luz de Cristo que ilumina as almas alimentadas pela Sagrada Comunhão Eucarística, por isso, temos que evitar todo tipo de pecado e mantermos a vigilância como Jesus nos ensinou: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mt 26,41); e também nunca nos afastarmos da Santa Comunhão do Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e Reina por toda eternidade. Amém!


Então, por que o mal existe? Porque é uma revolta espiritual contra Deus e contra seus filhos e filhas, mas ele já foi vencido pela Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Agora, esperamos apenas que Jesus ponha o último inimigo debaixo de seus pés; o último inimigo a ser derrotado é a morte (Cf. 1Cor 15,26). Para os que estamos em Cristo ela já foi vencida (Cf. Jo 14,1-3); para os que ainda estão sob o seu jugo, resta o arrependimento e a purificação de suas almas, para que tenham vida e a tenham abundantemente em Cristo Jesus (Cf. Jo 10,10).


Paz e Bem!


Frei Fernando,OFMConv.


 Fonte: Blog Brasil Franciscano

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Evangelho do dia - 14/10/2010

Lc 11,47-54
Jesus desmascara os donos da estrutura antiga
 

47 Ai de vocês, porque constroem túmulos para os profetas; no entanto, foram os pais de vocês que os mataram. 48 Com isso, vocês são testemunhas e aprovam as obras dos pais de vocês, pois eles mataram os profetas, e vocês constroem os túmulos. 49 É por isso que a sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles os matarão e perseguirão, 50 a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51 desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário’. Sim, eu digo a vocês: pedirão contas disso a esta geração. 52 Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar.»
53 Quando Jesus saiu daí, os doutores da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. 54 Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca.

* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

II Jornada Franciscana

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Evangelho do dia - 13/10/2010

Lc 11,42-46
"Ai de vocês também, especialistas em leis!" 
 

42 Mas, ai de vocês, fariseus, porque vocês pagam o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixam de lado a justiça e o amor de Deus. Vocês deveriam praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43 Ai de vocês, fariseus, porque gostam do lugar de honra nas sinagogas, e de serem cumprimentados em praças públicas. 44 Ai de vocês, porque são como túmulos que não se vêem, e os homens pisam sobre eles sem saber.»
45 Um especialista em leis tomou a palavra, e disse: «Mestre, falando assim insultas também a nós!» 46 Jesus respondeu: «Ai de vocês também, especialistas em leis! Porque vocês impõem sobre os homens cargas insuportáveis, e vocês mesmos não tocam essas cargas nem com um só dedo.

* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

domingo, 10 de outubro de 2010

Evangelho do dia - 11/10/2010

 
Lc 11,29-32
O grande sinal
 

-* 29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: «Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.»

* 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.