segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Evangelho do dia - 28/02/2010


Mc 10,17-27
O Reino é dom e partilha
 

-* 17 Quando Jesus saiu de novo a caminhar, um homem foi correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: «Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?» 18 Jesus respondeu: «Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e ninguém mais. 19 Você conhece os mandamentos: não mate; não cometa adultério; não roube; não levante falso testemunho; não engane; honre seu pai e sua mãe.» 20 O homem afirmou: «Mestre, desde jovem tenho observado todas essas coisas.» 21 Jesus olhou para ele com amor, e disse: «Falta só uma coisa para você fazer: vá, venda tudo, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me.» 22 Quando ouviu isso, o homem ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque ele era muito rico.
23 Jesus então olhou em volta e disse aos discípulos: «Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!» 24 Os discípulos se admiraram com o que Jesus disse. Mas ele continuou: «Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!» 26 Os discípulos ficaram muito espantados quando ouviram isso, e perguntavam uns aos outros: «Então, quem pode ser salvo?» 27 Jesus olhou para os discípulos e disse: «Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível.»

* 17-31: Para entrar no Reino (ou vida eterna) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos homens, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade, abolindo o sistema classista. É por isso que os ricos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra nova sociedade, embora em meio à perseguição, e já vive a certeza da plenitude que virá.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Formação Permanente - Campanha da Fraternidade 2011


Hoje (27.02) em nossa Sede como Formação tivemos a Campanha da Fraternidade 2011 (Fraternidade e a Vida no Planeta) feita pela nossa irmã Janey, foi um momento de grande formação para toda a Fraternidade, no início fizemos a Oração da CF 2011:


Senhor Deus, nosso Pai e Criador.
A beleza do universo revela a vossa grandeza,
A sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas,
E o eterno amor que tender por todos nós.
Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra,
E o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça.
A beleza está sendo mudada em devastação,
E a morte mostra a sua presença no nosso planeta.
Que nesta quaresma nos convertamos
E vejamos que a criação geme em dores de parto,
Para que possa renascer segundo o vosso plano de amor,
Por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes.
E, assim, como Maria, que meditava a vossa Palavra e a fazia vida,
Também nós, movidos pelos princípios do Evangelho,
Possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor,
O ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo.
Amém.

Logo após a oração o vídeo da Campanha foi apresentado a todos irmãos, no final foi aberto um pequeno debate a todos e o que mais tocou a todos foi os 3 R's que são apresentados na Campanha:
- Reduzir: onde devemos comprar menos, comprar somente o essencial
- Reciclar: precisamos viver uma nova forma de vida, onde devemos saber o destino a dar a casa tipo de lixo, que cada um tem sua responsabilidade no mundo de hoje
- Reutilizar: precisamos dar uma nova vocação para os objetos que não tem mais utilidade, seja doando para quem não tem ou criando até novos enfeites para nossa casa com estes objetos

Foi falado também que precisamos muito investir em nossas crianças, pois são elas que podem reverter esta situação que ocorre com nossa irmã natureza e que isso começa em nossa família. Precisamos viver em harmonia com o nosso Planeta, precisamos utilizar sempre da eficiência e eficácia em nossas ações.
Como nosso Pai Seráfico precisamos amar e respeitar a toda criação e ver em cada ser a presença de nosso Deus. Que neste início da Campanha nós franciscanos seculares podemos a conscientizar a nossa responsabilidade perante a toda criação e ter ações convictas e presentes em nossa sociedade.

No final terminamos com o Cântico do Irmãos Sol no nosso Devocionário.










Visita Frei Valdo

No último dia 12.02.2011 tivemos a visita do nosso querido Frei Valdo, que veio celebrar em nossa Fraternidade a Santa Missa em homenagem ao nosso querido irmão Sylvio. Foi um grande momento de alegria para toda Fraternidade.

Ele falou um pouco de seu trabalho junto aos dependentes químicos em Montes Claros, seguem os dados do trabalho:
Associação Cristã Banco da Solidariedade - BANSOL
Rua Elói Pereira, 153 - Vila Guilhermina - Montes Claros - MG
CEP 39400-487 - Tel: (38) 3212-1424 - 3222-4493
www.bansol.org.br - www.psaosebastiao.com
Diretor Geral: Pe. Valdomiro Soares Machado (Frei Valdo)

Doações:
Banco do Brasil
Agência: 32093
C/C: 22719-6

Bradesco
Agência: 3496-7
C/C: 15166-1








Encontro Anual de Formadores 2011

Sábado, dia 19 de fevereiro, Formadores(as) e Coordenadores(as) do SEI do Regional Sudeste 2, tiveram seu Encontro Anual de Formação, na Fraternidade da Imaculada Conceição da Porciúncula, em Niterói. Fomos muito bem acolhidos, pela Fraternidade.

Após o delicioso café, entoamos um mantra sob a orientação de nossa irmã Maria Tereza Ribeiro e fizemos uma breve Celebração da Palavra: Louvor Matinal com Francisco e Clara. Depois, foi feita a dinâmica dos objetivos, utilizada para confraternização. A Coordenadora de Formação fez a devolução às Fraternidades sobre os Relatórios de Formação de 2010, entregues por formadores e formadoras, apresentando, aos presentes, os referidos relatórios e o resumo conclusivo, que foi enviado à Coordenadora Nacional de Formação. Nesse documento, se pôde constatar que as Escolas Permanentes de Formação não estavam atingindo seu objetivo, sendo apresentada a proposta alternativa de Formação para 2011. A assembleia, de 56 participantes, dividiu-se em 5 grupos para refletir sobre o significado das palavras Formador(a), Assistente e Ministro(a), utilizando o dicionário. No Plenário, concluímos quais são as funções específicas de cada um, ratificando que elas não se confundem. Após um intervalo musical, passamos ao estudo das Diretrizes Nacionais de Formação, relembrando os objetivos gerais e específicos da formação, bem como os agentes de Formação e os elementos que constituem a equipe de Formação. Todos concluíram que equipe não é lista de substitutos, apenas. Após a bênção de frei Geraldo OFM, Assistente Local, almoçamos. Na parte da tarde, após o saboroso almoço, a Coordenadora de Formação apresentou novamente os temas a serem abordados durante o ano de 2011. Propôs que os presentes se manifestassem, por escrito, sobre a adesão às opções de Formação sugeridas: plantão da equipe de formação no Secretariado, para consultoria das Fraternidades; Cursos para Formadores; Círculos de Estudo; visitas da equipe de formação regional às Fraternidades. A maioria dos presentes optou por Cursos de Formação, que colocarão em prática a autoformação, que consta do Documento Final do Encontro da Área Sudeste, realizado em outubro de 2010. Novamente, a assembleia se dividiu em grupos, para elaborar um Planejamento de Formação Anual, conforme previsto em nossas Diretrizes, com a finalidade de exemplificar o que depois será feito nas Fraternidades. Os Coordenadores e Coordenadoras do SEI se retiraram para um momento de debate e reflexão com o Coordenador Regional do SEI, o irmão Dalvo. Por fim, as Fraternidades presentes receberam um envelope, contendo: os Temas para a Formação em 2011; o esquema do Planejamento Anual de Formação da Fraternidade; o esquema do Relatório de Formação ( a ser entregue à Coordenadora de Formação no final do ano) e a ficha de inscrição para o Curso de Pensamento Franciscano, organizado pelo ITF, que terá início no dia 12 de março, no Convento de Santo Antônio. O Ministro Regional falou sobre o Capítulo Avaliativo Nacional, que acontecerá em março, em nosso Regional e a irmã Griselda mostrou as camisas, que poderão ser adquiridas no Secretariado.

Encerramos nossas atividades, às 16 horas, com a Oração da Colaboração e uma música mariana.

PAZ e BEM!

Daisy Lúcia M. Ferreira
Coordenadora de Formação






Secretária

Prometo à minha exímia secretária
portar-me qual zeloso cavalheiro,
e, mesmo a deparando solitária,
jamais subestimar o seu parceiro!

Sua empatia franca e solidária,
seu garbo cordial e lisonjeiro
soerguem-me a cabeça perdulária
e fazem-me um sisudo aventureiro.

Ancora a vida na inatividade...
Além dos batedores da saudade,
trago-lhe afeto e meu perfil de amigo.

Como postais talhados na lembrança,
levo comigo anelos de esperança,
pois seu fulgor há de singrar consigo!

Rio de Janeiro, 25.02.2011
Juarez Montenegro

Evangelho do dia - 27/02/2011

8º Domingo do Tempo Comum/A
1ª Leitura: Is 49, 14-15
Sl 61
2ª Leitura: 1Cor 4,1-5
Evangelho: Mt 6,24-34
 

24 Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.»

A busca fundamental -
* 25 «Por isso é que eu lhes digo: não fiquem preocupados com a vida, com o que comer; nem com o corpo, com o que vestir. Afinal, a vida não vale mais do que a comida? E o corpo não vale mais do que a roupa? 26 Olhem os pássaros do céu: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, o Pai que está no céu os alimenta. Será que vocês não valem mais do que os pássaros? 27 Quem de vocês pode crescer um só centímetro, à custa de se preocupar com isso? 28 E por que vocês ficam preocupados com a roupa? Olhem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29 Eu, porém, lhes digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30 Ora, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, muito mais ele fará por vocês, gente de pouca fé!
31 Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? O que vamos vestir? 32 Os pagãos é que ficam procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. 33 Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas. 34 Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações. Basta a cada dia a própria dificuldade.»

* 19-24: Todo homem, consciente ou inconscientemente, tem na vida um valor fundamental, um absoluto que determina toda a sua forma de ser e viver. Qual é o absoluto: Deus ou as riquezas? Deus leva o homem à liberdade e à vida, através da justiça que gera a partilha e a fraternidade. As riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando o homem à escravidão e à morte. É preciso escolher a qual dos dois queremos servir.
* 25-34: A aquisição de bens necessários para viver se torna ansiedade contínua e pesada, se não for precedida pela busca da justiça do Reino, isto é, a promoção de relações de partilha e fraternidade. O necessário para a vida virá junto com essa justiça, como fruto natural de árvore boa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Evangelho do dia - 08/02/2011


Mc 7,1-13
Jesus desmascara as falsas tradições 
 

-* 1 Os fariseus e alguns doutores da Lei foram de Jerusalém e se reuniram em volta de Jesus. 2 Eles viram então que alguns discípulos comiam pão com mãos impuras, isto é, sem lavar as mãos. 3 Os fariseus, assim como todos os judeus, seguem a tradição que receberam dos antigos: só comem depois de lavar bem as mãos. 4 Quando chegam da praça pública, eles se lavam antes de comer. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5 Os fariseus e os doutores da Lei perguntaram então a Jesus: «Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem pão sem lavar as mãos?» 6 Jesus respondeu: «Isaías profetizou bem sobre vocês, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. 7 Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos’. 8 Vocês abandonam o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens.»
9 E Jesus acrescentou: «Vocês são bastante espertos para deixar de lado o mandamento de Deus a fim de guardar as tradições de vocês. 10 Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honre seu pai e sua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe, deve morrer’. 11 Mas vocês ensinam que é lícito a alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vocês poderiam receber de mim é Corbã, isto é, consagrado a Deus’. 12 E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13 Assim vocês esvaziam a Palavra de Deus com a tradição que vocês transmitem. E vocês fazem muitas outras coisas como essas.»

* 7,1-13: Jesus desmascara o que está por trás de certas práticas apresentadas como religiosas. E toma um exemplo concreto referente ao quarto mandamento. Corbã era o voto, pelo qual uma pessoa consagrava a Deus os próprios bens, tornando-os intocáveis e reservados ao tesouro do Templo. Aparentemente Deus era louvado, mas na realidade os pais ficavam privados de sustento necessário, enquanto o Templo e os sacerdotes ficavam ainda mais ricos.

Curso da Espiritualidade Franciscana

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

7 de Fevereiro - Bem-aventurado Pio IX

João Maria Mastai Ferretti - 1792-1878).
Terceira Ordem Franciscana.
Beatificado por João Paulo II aos 03 de setembro de 2000.

Nasceu em 13 de maio de 1792 em Senegal, filho de Jerônimo e Catarina Solazzi. Estudou priemeiro em Volterra e depois no Colégio Romano. Ordenado sacerdote a 19 de abril de 1819, fez-se terciário franciscano em 1821 em São Boaventura no Paladino. Acompanhou Mons. Giovanni Muzi na delegação apostólica do Chile e Peru (1823-25). A 03 de junho de 1827 foi sagrado bispo de Espoleto, e se mostrou homem de governo. Em 1832 Gregório XVI o fez bispo de Imola e cardeal. Ali trabalhou para apaziguar os ânimos das diversas facções políticas, que exerciam uma violência sanguinária. À morte de Gregório XVI, foi eleito papa no conclave de junho de 1846. Tomou o nome de Pio IX.

Promulgou uma ampla anistia para com os presos políticos, suavizou as condições dos judeus, abolindo a clausura do Gueto. Criou uma Congregação para os assuntos de Estado e ele mesmo presidiu em ordem a um bom governo dos Estados Pontifícios. Propugnou por uma federação italiana, intento que foi bloqueado pela Áustria. Resistiu a todas as pressões que se lhe fizeram para declarar guerra à Áustria, porém escreveu ao imperador para pedir-lhe um edito que reconhecesse a nacionalidade da Itália. A 15 de novembro de 1848 foi assassinado o ministro Pellegrino Rossi e Roma foi tomada pela anarquia e saques, até que o Papa viu-se obrigado a fugir para Gaeta, sendo acolhido pelo rei Fernando II.

Em Roma foi instaurado um governo republicano. O Papa de Gaeta informou sobre o sucedido aos governos que mantinham relações diplomáticas com a Santa Sé e solicitou ajuda. Com a ajuda de alguns governos europeus recuperou o poder. Novamente concedeu anistia e reformas políticas. Trabalhou ardentemente pela recuperação econômica do Estado, realizou numerosas obras em quase todos os portos e na cidade de Roma, até converte-la em uma capital moderna. Promoveu a cultura e as investigações arqueológicas. Em 1857 percorreu todas as cidades do Estado para escutar seus súditos. Teve que suportar idas e voltas dos governos europeus em torno da questão romana, a unificação da Itália com a perda dos estados pontifícios e conseqüentemente seu confinamento no Vaticano, como uma forma de protesto pelo modo com que se dispôs frente à situação. Frente à perseguição laicista que se desencadeou em quase todos os países, foi tomando vulto um movimento laico católico em defesa dos direitos da Igreja.

O Papa esforçou-se por atender à Igreja na América Latina, o ressurgimento católico na Alemanha, os problemas da Polônia ocupada e repartida. Fomentou grandemente as missões entre os infiéis, decaídas desde o final do século XVIII. Buscou a reunificação dos cristãos nos Bálcãs e no Oriente, criou uma Congregação especial para as Igrejas Orientais. Depois de consultar o episcopado do mundo todo, a 8 de dezembro de 1854, definiu o dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem. Convocou e celebrou o Concílio Vaticano I, que teve de ser suspenso por causa da guerra franco-prussiana (08 de dezembro de 1869 - a julho de 1870). A este Concílio convidou também as igrejas separadas e os governantes católicos, que tinham abandonado seu papel de defensores da fé. O Concílio concluiu com a constituição De fide catholica e a definição do dogma da infalibilidade do Papa.

Morreu a 07 de fevereiro de 1879 e foi sepultado provisoriamente no Vaticano, depois transladado para São Lourenço extramuros, de acordo com os seus desejos. É o pontificado mais longo de que recorda a história, vivida em meio a turbulências políticas e religiosas. Sem embargo, sua obra foi intensa e profunda em todos os tempos. "Muitas coisas mudaram na Igreja entre 1846 e 1879".

7 de Fevereiro - Santa Coleta, Virgem

Coleta nasceu na França, no ano de 1381. Tendo falecido os pais, distribuiu todos os seus bens aos pobres, e, revestida do hábito da Ordem Franciscana secular, viveu por algum tempo como reclusa. Recebida, finalmente, pelas Clarissas, com a autorização do Sumo Pontífice, reformou, na primitiva forma de vida franciscana, muitos mosteiros e conventos da Segunda e da Primeira Ordem, inculcando sobretudo a prática da pobreza de oração. Morreu aos 6 de Março do ano de 1447.

ORAÇÃO - Senhor Deus, que destes Santa Coleta como modelo e guia a numerosas virgens, concedei que conservemos sempre bem vivo aquele espírito seráfico exemplos de santidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

6 de Fevereiro - S. Pedro Batista, S. Paulo Miki, e seus Companheiros, Mártires

Pedro Batista nasceu na Espanha no ano de 1542. Feito os estudos eclesiásticos e ordenado sacerdote, partiu para o oriente a fim de pregar o evangelho, trabalhando por longos anos nas Ilhas Filipinas. Em 1593, mandando para o Japão com mais cinco confrades, dedicou-se ao trabalho de conversão dos japoneses, convertendo muitos à fé. Construiu igrejas e hospitais. Mas, por questões políticas e religiosas surgidas na região, todo o trabalho foi interrompido, e Pedro Batista foi preso e levado a Nagasaki, entre zombarias e ultrajes do povo, e ali foi crucificado com seus confrades franciscanos, três jesuítas e quinze irmãos da Ordem Terceira, consumado o glorioso martírio no dia 5 de Fevereiro de 1597.

ORAÇÃO - Ó Deus, fortaleza dos santos, que chamastes à verdadeira vida São Pedro Batista, São Paulo e seus companheiros, pelo martírio da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até a morte na fé que professamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho do dia - 07/02/2011

Mc 6,53-56
“E todos os que tocaram, ficaram curados”
 

53 Acabando de atravessar, chegaram à terra, em Genesaré, e amarraram a barca. 54 Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55 Iam de toda a região, levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. 56 E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram curados.

* 45-56: O episódio mostra o verdadeiro Deus sendo revelado em Jesus («Eu Sou» - cf. Ex 3,14). Os discípulos não conseguem ver a presença de Deus em Jesus, porque não entenderam o acontecimento dos pães. Para quem não entende que o comércio e a posse devem ser substituídos pelo dom e pela partilha, Jesus se torna fantasma ou apenas fazedor de milagres que provoca medo, e não a presença do Deus verdadeiro.

Evangelho do dia - 06/02/2011


5º Domingo do Tempo Comum/A
1ª Leitura: Is 58,7-10
Sl 111
2ª Leitura: 1Cor 2,1-5
Evangelho: Mt 5,13-16
A força do testemunho 

 

-* 13 «Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o gosto, com que poderemos salgá-lo? Não serve para mais nada; serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens.
14 Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15 Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. 16 Assim também: que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu.»

* 13-16:
Os discípulos de Jesus devem estar conscientes de que se acham unidos com todos aqueles que anseiam por um mundo novo. Eles não podem se subtrair a essa missão, mas precisam dar testemunho através de suas obras. Não se comprometer com isso é deixar de ser discípulo do Reino. Através do testemunho visível dos discípulos é que os homens podem descobrir a presença e a ação do Deus invisível.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Carta por ocasião do 8º Centenário da Fundação da Ordem de Santa Clara


No próximo Domingo de Ramos, 17 de abril de 2011, terá início o VIII Centenário da Consagração de Santa Clara na Porciúncula e, de certo modo, o 8º Centenário de fundação da Segunda Ordem Franciscana, a das Irmãs Pobres de Santa Clara. Para celebrar este momento, os Ministros Gerais da Primeira Ordem e da TOR escreveram uma carta, que está na íntegra abaixo, e também para lembrar a celebração da 15ª Jornada Mundial da Vida Consagrada e como preparação para o jubileu das Clarissas.

CONFERÊNCIA DOS MINISTROS GERAIS
DA 1ª ORDEM E DA TOR

CARTA POR OCASIÃO DO OITAVO CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ORDEM DAS IRMÃS POBRES DE SANTA CLARA


O Senhor conceda a paz a todas vós, Irmãs Pobres de Santa Clara.

É ainda forte o eco da celebração da fundação da 1ª Ordem Franciscana e agora estamos todos voltados para o ano 2012, para dar graças ao Senhor pelos 800 anos da consagração de Clara na Porciúncula. O acontecimento não é uma comemoração de um passado glorioso, mas um evento em
que se faz memória, com o intuito de “obter também da história ulterior um impulso para renovar a vontade de servir à Igreja.”(1)

Chamadas pelo Espírito a seguir o Cristo pobre, crucificado e ressuscitado, vivendo o santo Evangelho em obediência, sem nada de próprio e em castidade, vós sois guardiãs do carisma clariano, mulheres consagradas que interagem com o mundo, contemplando os sinais que o Espírito
semeia e difunde na historia. Na escuta de Deus, vós falais ainda hoje ao coração dos homens e das mulheres do nosso tempo com a linguagem do amor, cujas palavras se fundam na raiz da existência habitada por Deus.

MANTENHAM FIRME O PONTO DE PARTIDA
Fazer memória da própria vocação é uma ocasião de rever as motivações do sim pessoal a Deus. Relendo a sua história vocacional, retornais ao encontro com o Senhor que aconteceu através da Palavra, de uma pessoa, de um acontecimento, de uma experiência. Após as dificuldades iniciais,
vós decidis seguir Jesus Cristo, deixando-se determinar por Ele e por seu Evangelho. A experiência de Francisco e de Clara as atraiu e, hoje, o sim deles a Cristo se prolonga no tempo através de vós.
Conscientes de que várias vicissitudes favoreceram ou condicionaram a pureza da vossa “Forma de vida”, e que diversas sedimentações seculares transformaram por vezes a intuição original, estamos convencidos de que o aniversário de fundação da vossa Ordem não pode limitar-se a uma simples recordação.

O que queremos celebrar juntos: a recordação de uma regra ou a memória da história de Deus que caminha convosco, perpetuada no tempo e que ainda hoje suscita em vós a paixão para “observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade”? (2) Como trazer novamente à luz, na sua totalidade, a Forma de vida que torna visível e credível a todos que “para nós o Filho de Deus se fez caminho que nos mostrou e ensinou com a palavra e com o exemplo o nosso beatíssimo padre Francisco, o seu verdadeiro e apaixonado imitador”.(3)

Como vós podeis ainda hoje ser, na igreja e para toda a família franciscana, memória viva daquilo que todos nós, como batizados, somos chamados a viver? Sabemos que vós dedicais as melhores energias afim de serem fiéis àquilo que escolheram e prometeram e, justamente por isso, percebemos a urgência de reler junto convosco, neste momento histórico, as coordenadas da vossa vida de Irmãs Pobres colocadas por Deus na Igreja, na Família Franciscana e no mundo.

> PARA VIVER O EVANGELHO...
Em uma sociedade bombardeada por imagens, onde o indivíduo é impulsionado a buscar uma contínua representação de si, vós sois chamadas pelo Espírito a serem um simples sinal da presença de Deus. Sabemos que não é sempre fácil, sobretudo quando isso exige uma continua conversão evangélica da mente, do coração, do comportamento, das estruturas de personalidade, para serem significativas e para não caírem na fácil competição mundana, sem negociar o essencial da vossa
vida.

Enquanto a mensagem comunicada pelo testemunho de vocês é expressa através das estruturas, dos sinais e símbolos, a Regra escrita por Clara pede hoje às suas filhas uma vida evangélica vivida na pobreza sine glossa. Sabemos que nas fraternidades o Espírito de Deus impulsiona a buscar, a
discernir evangelicamente, para manter alerta a atenção e avaliar as estruturas que não permitem o reflexo imediato da presença de Deus. Vós sois, pois, chamadas a reler os sinais e símbolos a fim de que sejam compreensíveis, neste tempo em que tudo é questionável. Também o sagrado, que não remete para a alteridade de Deus, corre o risco de cair na lógica do consumo.

Aos consagrados e consagradas se pede de manifestar o absoluto de Deus. Vós, de um modo particular, sois chamadas a viver uma vida fundada sobre os sinais e os símbolos que não remetem ao vazio de um estéril doutrinamento, ritualismo ou ativismo, mas que saibam conjugar hoje as
raízes do passado e a profecia do futuro: estruturas, sinais e símbolos que simplesmente fazem ver Deus.

Como podeis ser testemunhas da sua presença através da Forma de vida que um dia o Espírito confiou a Clara e que continua a confiar a vocês neste tempo em que parecem faltar os parâmetros mais elementares da existência?

Enquanto o mundo gira vertiginosamente, vós, na estabilidade, manifestais Deus sempre à escuta dos homens e das mulheres do nosso tempo, para amá-los.

Alimentando-se da Palavra de Deus, vós a encarnais no cotidiano através da obediência na fé (4). A fé em Cristo não é um acontecimento adquirido uma vez por todas, mas é um dom do Espírito. Essa fé pede uma educação permanente, e por esta razão é celebrada, professada e vivida. Através do
cuidado na liturgia, vós testemunhais que Deus, o Pai que se faz próximo de toda criatura, chama a humanidade a estar na história, na sua presença. Vós vos tornais, no cotidiano, presença visível da busca do rosto de Deus, como os peregrinos no mundo e os mendigos de sentido.
Se a liturgia dá forma a nossa fé, esta, por sua vez, para ser credível deve encontrar respaldo no cotidiano da vida em nível pessoal e fraterno. Não é suficiente, de fato, pensar que basta crer, é necessário que o Mistério celebrado assuma em cada um e cada uma o rosto de Cristo. Ainda hoje
está presente a idéia da separação entre fé e vida.
Vós nos ajudais a rever as nossas celebrações: o cuidado com a Liturgia das Horas e com a Eucaristia, enquanto constantemente orientado ao louvor de Deus, deve permitir a quem participa experimentar, através da simplicidade clariana, a graça da presença do Senhor ressuscitado.
Deixando-se transformar pelo Espírito e moldar pelo Evangelho, sois mulheres consagradas que se entregam a Deus. Através do exemplo de Francisco e Clara, vós, Irmãs Pobres, conservais, como a Virgem, Aquele que contém cada uma e todas as coisas (5). Testemunhais no silêncio a “contemplação do Cristo do Evangelho, amando-o intensamente, imitando as suas virtudes(6)”.

Vós nos narrais, assim, com a vossa vida aquilo que escutais; aquilo que vedes com vossos olhos, Aquele que contemplais e o que vossas mãos tocam do Verbo da Vida (7). Continuais a anunciar com a vossa existência, vivendo a dimensão mística, que Deus existe, que Deus é amor.(8)

Neste mundo que parece indiferente a Deus, sois chamadas a serem referência da presença do Mistério que tem o rosto do Pai. Somente buscando com paixão o Cristo e seu Reino é que podemos
nos aproximar dos homens e das mulheres do nosso tempo com esperança no coração, conscientes de fazer parte da mesma caminhada. Vós nos fazeis ver a beleza de sentir-nos sempre como pessoas
a caminho, que a cada dia comprometem a vida com Deus na história.

A experiência contemplativa de Clara nos interroga. Assim como ela convida Inês a colocar-se por inteira na imagem de Jesus Cristo (cf.3In 12-13), ainda hoje pede a vós a deixar-se transformar pela contemplação, a doar a vossa existência, na busca incessante de Deus, a fim de libertar-se de tudo o que ocupa o lugar de Deus e de amar até o fim.

Se o hoje de Deus pede aos cristãos de serem adultos na fé, com maior razão a vós, mulheres consagradas, é exigida uma fé adulta, que saiba contar a experiência inédita do encontro com o Senhor, para responder com esperança, em qualquer lugar em que estiverem, às inquietações mais
profundas dos homens e das mulheres do nosso tempo. Somente quem continuamente caminha sob o olhar de Deus pode colocar-se na escuta dos que buscam um sentido para a vida.

Obrigado pela vossa busca incansável de Deus: a liberdade vivida nele é um convite a mergulhar todos os dias no Mistério, a crer que Deus existe, porque o encontraram.

> COMO POBRES…
Nestes tempos em que alguns poucos no mundo navegam na abundância e grande parte das pessoas não tem com o que comer; a vós, Irmãs Pobres de S. Clara, Francisco continua a confiar sua última vontade:

“Eu, Frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza de nosso altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe Santíssima e perseverar nela até o fim. E rogo-vos, senhoras minhas, e dou-vos o conselho para que vivais sempre nesta santíssima vida e pobreza. E estai muito atentas para, de maneira alguma, nunca vos afastardes dela por doutrina ou conselho de alguém.(9)”

Vós, Irmãs Pobres de S. Clara, sois colocadas por Deus em uma realidade concreta para serem sinais de contradição; não porque defendeis as estruturas, mas porque escolhestes, como pobres, viver a cada dia a radicalidade do Evangelho.

Cada fraternidade se torna sinal alternativo nos lugares de opulência e sinal de esperança entre aqueles que vivem na precariedade, através do testemunho da própria entrega e da confiança no Pai, revelado por Jesus Cristo. Não uma pobreza ideológica ou intelectual, mas um estilo de vida que testemunha a confiança total no Pai, que toma forma no cotidiano da existência. Não faltam, de fato, no mundo algumas experiências de fraternidades que escolhem “testemunhar uma vida extremamente sóbria, para serem solidárias com os pobres e confiarem somente na Providencia,
viver cada dia da Providencia, na confiança de colocar-se nas mãos de Deus(10)”

Não permitais que nada nem ninguém as desviem do seu propósito. Verifiquem, antes, se a diversidade de pensamentos no interior da Ordem se fundamenta na busca conjunta de serem fiéis a Jesus Cristo e ao seu Evangelho, ou se a defesa de estilos de vida não remete mais ao Altíssimo.
Deus continua a chamar alguns para serem profetas, não para auto-promover-se, mas para serem sinais do seu amor, da sua proximidade à humanidade. “O Senhor disse: Eu vi a miséria do meu povo no Egito e ouvi o seu clamor... conheço o seu sofrimento.(11)”

Vós nos falais, a partir de um estilo de vida pobre, sóbrio e humilde, da vossa fé na Providência de Deus: - “A pobreza é o sinal de pertença a Ele, é uma garantia de credibilidade de que o Reino já se faz presente em meio a nós. Um sinal sempre mais convincente aos nossos dias, quando se trata de uma pobreza vivida em fraternidade, com um estilo de vida simples e essencial, expressão de comunhão e de abandono à vontade de Deus(12) “

Vós nos ajudais a degustar a alegria da liberdade porque, contemplando, vocês vêem Deus em cada aspecto da vida. Demonstrais-nos que não seguem as modas de hoje, que não estão em concorrência com o mundanismo, onde as aparências, a auto-exacerbação, individualismo, a auto-referência pretendem desvanecer a obra-prima de Deus. Vós nos contais a sua história com Deus que se nutre do silêncio, da escuta, da profundidade espiritual.
Vivendo na estabilidade, vós nos indicais o que é verdadeiramente essencial, belo, autêntico. Sabemos que Deus é a verdadeira riqueza do coração humano (13) e que a pobreza nos faz livres da escravidão das coisas e das necessidades artificiais para as quais a sociedade de consumo nos empurra: vós nos ajudais a redescobrir que Cristo é o único tesouro pelo qual vale a pena viver verdadeiramente.(14). Para Clara e para Francisco, a “santíssima pobreza” não é simplesmente uma virtude, nem somente uma renúncia às coisas, mas é sobretudo um nome e um rosto: o rosto de Jesus Cristo Pobre e Crucificado (cfr. 2 LAg 19). Para os dois, a contemplação de Cristo pobre não se reduz a uma bela teoria mística do distanciamento do mundo, mas se encarna em uma pobreza real, concreta, essencial.(15) Vejamos o testemunho deles: todos os dois amaram a pobreza para seguir Cristo com dedicação e liberdade total e continuam a ser, também para nós, um convite a cultivar a pobreza interior para crescer na fidelidade a Deus, unindo também um estilo de vida sóbrio e um
desapego dos bens materiais.(16)

Chamadas a seguir, na forma, o Cristo pobre, a abraçar pois a liberdade, deveis encontrar, se necessário, novas formas para exprimi-la (17) com espírito profético, através de «um testemunho mais claro de pobreza pessoal e coletiva [...] (18) », assim como fizeram Francisco e Clara. A inculturação de algumas fraternidades que partilham com os pobres sua vida é algo que às vezes impressiona. Quando partilhais com os que nada possuem, quando escolheis viver do estritamente necessário, quando não acumulais, quando vos confiais à fraternidade, vós fazeis crer na escolha da pobreza, porque viveis a sua fé em Deus Pai que cuida da humanidade.

> EM SANTA UNIDADE
O mundo atual, imerso na aldeia global, arrisca de se tornar um palco cênico, onde todos e, ao mesmo tempo, ninguém se move. A multidão, de fato, arrisca permanecer embriagada na rede do anonimato: indivíduos que perdem o sentido de pertença à família, ao grupo, à história, e parecem
avançar sem ter um nome próprio e sem reconhecer que existe um tu.

Vós, ainda que em um mosteiro, viveis neste mundo, onde se multiplicam os “não-lugares” e onde tudo concorre para estruturar a vida fora do tempo e sem sentido. As pessoas com freqüência giram sem consciência da própria identidade, pobres na comunicação com os outros com quem
estabelecem relacionamentos que se nutrem freqüentemente da superficialidade.

Vós, na estabilidade, refletis na historia a presença de Deus que dá sentido ao viver cotidiano. Sois um sinal importante na Igreja, na Família Franciscana e no mundo, porque neste tempo em que cada um reivindica os próprios direitos, ou vive em função de si próprio, vós continuais a narrar, através de suas relações fraternais, que é ainda possível apostar no amor.

Em um mundo que quer reduzir o individuo a um ser consumista, imerso nas leis do grande mercado, apostais no relacionamento autêntico, que se nutre do silêncio, da escuta, da espera, do perdão, da gratuidade, do dom, da entrega na fé, do respeito pela diversidade de papéis, de relações
que tem por objetivo fazer com que a pessoa cresça na liberdade, segundo a estatura de Cristo. Hoje, de fato, enquanto a mentalidade corrente é de andar na direção do nivelamento dos papéis, demonstrais como ser “esposa, mãe e irmã (19)” nas suas fraternidades, conjugando firmeza e doçura, autoridade e empatia, responsabilidade e liberdade, autonomia e confiança.

Acolhendo cada irmã como única e insubstituível, revelais ao mundo a obra-prima de Deus, que faz parte da obra da criação que vós salvaguardais. Amais a cada pessoa na sua integralidade, no nível biológico, psicológico e espiritual, iluminada pelo Espírito, e que não pode ser reduzida a uma única
dimensão.

Aos exemplos sempre mais presentes de intolerância, de desrespeito, de suspeita, de opressão, respondeis caminhando umas com as outras, e juntas como fraternidade, no coração dos homens e das mulheres do nosso tempo, em diálogo com todos aqueles que batem a sua porta. Vós nos ajudais a tornar-nos pessoas de escuta, a incentivar relações evangélicas, profundamente humanas; que buscam a acolhida de cada outra pessoa. É significativo para nós ver que nas coisas simples
buscais sempre mais a felicidades dos outros, desejam “ser” para o outro.(20)

Chegando na contemplação a um novo modo de ser mulher consagrada, aprendeis na escola do Espírito a conjugar a constante atenção a Deus e às irmãs. Percebemos em vós um contínuo caminho para libertar-se de toda forma de egoísmo. Não vos preocupais em estar, a todo custo, no
centro do universo: viveis segundo a economia do dom, segundo a espiritualidade da comunhão, sem quantificar o amor e sem pretender nenhuma coisa dos outros. O que vos caracteriza é a alegria doada na gratuidade aprendida da experiência do amor de Cristo.

Precisamos obter dos vossos “laboratórios” de cultura, que se fundamenta no Evangelho, um método que nos ajude a conjugar os valores éticos com os valores sociais, para poder viver radicalmente segundo o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó... de Jesus Cristo e sermos portadores do
Evangelho através de uma cultura de justiça e de paz.

Significativo é o cuidado que demonstrais para com a formação. Não permitis que essa seja somente uma simples instrução, mas objetivais um “saber ser”. Vós penetrais com inteligência emotiva naquilo que aprendeis e que retendes como significativo para a sua existência e para a existência
dos outros. Testemunhais no cotidiano, através da maturação humana que surge da conversão contínua, que é possível seguir Jesus como irmã pobre.

Vós representais para muitos um Oasis de paz, onde os homens e as mulheres podem se interrogar sobre o mistério que envolve e atravessa a vida. Sois chamadas a fazer acreditar que o desejo de Deus reside no mais íntimo de cada criatura e que Deus procura constantemente o homem e a
mulher, para estabelecer com cada um deles, na liberdade, um relacionamento fundado no amor.
Sabemos o quanto vós vos encarregais das preocupações do mundo e como continuais a interceder junto a Deus. Vendo-vos, nos recordamos que é necessário sonhar juntos para tornar visível um mundo evangélico.

Estamos convencidos de que o testemunho da “santa unidade” pede hoje uma reflexão sobre o relacionamento entre a Primeira e a Segunda Ordem. Não podemos ignorar que « um só e mesmo Espírito tinha tirado deste mundo tanto os frades como aquelas senhoras pobrezinhas (21) »
Que validade tem esta verdade em nossa vida? Estamos convencidos de que a santa « [...] unidade nos permite assumir, na diversidade das vocações, uma profunda plenitude das dimensões da Igreja, que o Concilio define perfeitamente fervorosa na ação e dedicada à contemplação [...] Se não é aceitável que o ramo feminino seja submetido ao masculino, mesmo assim a total separação não representa uma solução aceitável; pelo contrário, isso seria um dano tanto para os frades quanto para as irmãs. As nossas Ordens podem, ao invés disso, oferecer à Igreja e ao mundo o testemunho de uma sã e necessária complementaridade, vivida entre os dois ramos com uma atitude de grande e mútuo respeito, mas ao mesmo tempo, de comunhão e de recíproca ajuda, que seja imagem da
Igreja–comunhão (22)».

Talvez tenha chegado o momento de consolidar um relacionamento que saiba conjugar autonomia e reciprocidade. Estamos conscientes de que não é na substituição, nem na tutela que se vive o carisma da santa unidade, mas num comportamento de escuta recíproca, no respeito mútuo, na atitude contemplativa, para tornar visíveis as riquezas comuns e a diversidade que manifestam a beleza da própria especificidade e também credível o testemunho vivido em Deus, sem confusão nem dependência.

> O SENHOR VOS BENDIGA E VOS PROTEJA

Queremos sonhar convosco, para que Clara possa ver realizada a Regra na sua totalidade entre as suas filhas. Se a atualidade de Francisco e Clara estão sob o olhar de todos, é porque ainda hoje Deus continua a se comprometer conosco, e particularmente convosco, afim de que a inspiração originária que o Espírito confiou um dia aos nossos fundadores possa tomar forma hoje. Quem sabe qual incidência poderia ter ainda neste tempo o testemunho das Irmãs Pobres de Santa Clara sobre a Igreja e sobre o mundo!...

Com Francisco queremos renovar convosco o nosso compromisso: « Visto que por divina inspiração vos fizestes filhas e servas do altíssimo e sumo Rei, o Pai celeste, e desposastes o Espírito Santo, escolhendo viver segundo a perfeição do santo Evangelho, quero e prometo, por mim e por meus irmãos, ter sempre por vós diligente cuidado e especial solicitude, como tenho por eles.23». E juntamente com Clara, pedimos a vós de serem “sempre solícitas a observar tudo quanto prometeram ao Senhor. (24)”

Para o louvor de Cristo.

Fr. José Rodríguez Carballo,OFM
Ministro Geral

Fr. Mauro Jöhri, OFMcap
Ministro Geral
Fr. Marco Tasca, OFMconv
Ministro Geral

Fr. Michael Higgins, TOR
Ministro Geral

Roma, 02 de fevereiro de 2011
1 Bento XVI na 23ª Assembléia Geral da Fiuc, 19 de novembro de 2009.
2 RSC I, 2.
3 TestC 5
4 Cf. O Serviço da autoridade e a obediência 7
5 Cf. 3In 26.
6 Bento XVI, Audiência Geral, 27 janeiro 2010.
7 Cf. Jo 1,1.
8 1Jo 4,8.
9 UV
10 Bento XVI, Audiência Geral, 13 janeiro 2010.
11 Cf. Ex 3,7.
12 Frei Giacomo Bini, ofm Ministro geral, Observatório Romano, 1 fevereiro de 2003, pag. 6.
13 Cf. Vita consecrata 90.
14 Cf. Partir de Cristo 22.
15 Cf. Chiara d’Assisi e di oggi, fr. José Carballo, op. cit., p. 15- 16.
16 Cf. Bento XVI, Audiência Geral, 27 Janeiro 2010.
17 Cf. Perfectae caritatis 13.
18 Instrumentum Laboris IX Sinodo V. C. 1994 , 53.
19 1In 12.
20 Cf. Deus Caritas est 7.
21 2Cel 204.
22 Reciprocidade e complementariedade entre Frades Menores e Irmãs Clarissas, Relatório do
ministro geral Fr. Hermann Schalück ao l Congresso Internacional dos Assistentes das Federações
das Irmãs Franciscanas Contemplativas (3 setembro 1996).
23 RSC VI, 3-4.
24 BnC 16.

4 de Fevereiro - São José de Leonissa, Presbítero

José Desideri nasceu em Leonissa, Itália, em 1556. Entrando para a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, levou uma vida de enorme austeridade e muito zelo apostólico. Como missionário em Constantinopla, empenhou-se muito para confortar e consolar os escravos indefesos, tentando converter até mesmo o sultão. Por este motivo foi feito prisioneiro e torturado. Escapando, no entanto, à morte, retornou a sua pátria, onde continuou sua atividade apostólica. Morreu em Amatriz aos 4 de Fevereiro de 1612. Foi canonizado por Bento XIV.

ORAÇÃO - Ó Deus, que fizestes São José um exímio operário na pregação do evangelho, por sua intercessão, concedei-nos, inflamados pelo mesmo fogo de amor, buscar a salvação dos nossos irmãos e irmãs e só a vós servir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

A CARIDADE DO CORAÇÃO DO REDENTOR



1. Uma tradição secular faz com que, nas primeiras sextas-feiras de cada mês, quando a liturgia o permite, o celebrante possa tomar o formulário da  Solenidade do Coração de Jesus.  Não se trata de querer salvar uma devoção tida por alguns como cheia de sentimentalismo e pouca teologia.  Na verdade, algumas orações de determinados grupos, falam do Coração de Jesus de uma forma sentimental demais. Ora, pensar no  Coração do Mestre é deter-se num coração de alguém que soube amar até o fim. Um coração cheio da verdadeira caridade.

2. São Clemente de Roma, na sua carta aos coríntios, escreve  assim a respeito da caridade em geral e do amor de Jesus:  ”A caridade não tolera a divisão, não provoca revolta. A caridade faz tudo na concórdia. Na caridade, todos os eleitos de Deus são perfeitos. Sem a caridade, nada é aceito por Deus. Na caridade,  Deus nos assumiu para si. Pela caridade que tem para conosco, nosso Senhor Jesus Cristo, obediente à vontade divina, por nós entregou seu sangue, a sua carne, por nossa carne, a sua alma, por nossa alma” (Liturgia das Horas, III, p. 74).

3. Nunca nos cansaremos de contemplar os últimos momentos de vida de Jesus de Nazaré. Ele, no vigor de seus anos, teve que enfrentar a dura realidade da morte violenta.  Uma coisa é morrer serenamente num canto, outra coisa é entregar o espírito suspenso entre o céu e a terra, num abandono inominável.  Assim  aconteceu com Jesus.  Romano  Guardini  assim escreve: “Ninguém morreu como Cristo porque ele era a própria vida.  Ninguém expiou como ele o pecado porque ele era a própria pureza. Ninguém caiu tão baixo como ele no nada – até essa terrível realidade evocada pelas palavras:  “Deus, ó Deus por que me abandonaste”, porque ele era  Filho de Deus. Ele aniquilou-se verdadeiramente. Teve que morrer quando ainda  era jovem. A sua obra foi sufocada quando teria podido florescer. Os seus amigos foram-lhe arrancados,  sua honra foi maculada. Não tinha mais nada e não era nada mais. “Um verme e não um homem”.  Num sentido inexprimivelmente profundo, 'desceu aos infernos', o reino onde impera o nada” ( O Senhor, p.401).

4. Esse sim de Jesus, com esta entrega no alto da cruz, esse gesto dos gestos num momento de total abandono, é  a Caridade.  O mais belo dos filhos dos homens e o Filho de Deus, retomando São Clemente, “obediente à vontade divina, por nós entregou o seu sangue, a sua carne por nossa carne,  a sua alma, por nossa alma”. Aquele sim varou o coração do Pai.  A frágil natureza de Jesus, adquirida no seio da Virgem, feita obediência, atinge o Pai. O amor do filho de Deus feito carne, a caridade de Cristo, renova o mundo e atinge a todos.  Somos invadidos e ensopados dessa caridade divina. Não se trata apenas de lembrar que um dia, crianças ainda, fomos batizados e nos revestimos desta caridade. Trata-se de fazer da existência um hino de ação de graças pelo amor que nos toca aqui e agora, de modo particular no sacrário de nossa interioridade, na nudez de nossa verdade, no doído arrependimento de sermos medícores. Não na superfície de orações barulhentas, nem de ritos frios. Contemplando a caridade de Cristo  somos levados a dar uma resposta de amor.  Esse pensamento não nos larga: assim como Senhor deu a vida por todos, tenho que dar a vida por ele e pelos outros.

5. Ora, precisamente  esta é a finalidade da devoção ao Coração do Redentor. Ele, quando vivo foi se entregando, amando,  criando um mundo novo, mundo da graça que seria derramada na história de cada um.  Depois de morto, o toque da lança no seu peito nos fez “ver” a profundidade de amor de seu Coração. Nada. Jesus é nada. Aniquilou-se.  Desse nada, nasceu o tudo. Os devotos do Coração do Redentor, evidentemente, são contemplativos. Gostam de fechar a porta do quarto e estar com aquele que os amou  de forma estrema. Há algum mal nisto?  Quem  ousará dizer que isso é alienação?  Ao mesmo tempo, os que se sentem agraciados, cobertos por esta Caridade, não descansam, não se aposentam, falam, andam, dão testemunho, são corajosos. Evangelizam, sem burocracia mas dando a vida pela vida dos outros, como fez o mártir do Gólgota.  Conclusão: a caridade do Coração do Redentor proíbe toda sorte de aposentadoria.

Evangelho do dia - 04/02/2011


Mc 6,14-29
O banquete da morte

-* 14 O rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome tinha-se tornado famoso. Alguns diziam: «João Batista ressuscitou dos mortos. É por isso que os poderes agem nesse homem.» 15 Outros diziam: «É Elias.» Outros diziam ainda: «É um profeta como os profetas antigos.» 16 Ouvindo essas coisas, Herodes disse: «Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!»
17 De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, com quem tinha casado, apesar de ser ela a mulher do seu irmão Filipe. 18 João dizia a Herodes: «Não é permitido você se casar com a mulher do seu irmão.» 19 Por isso, Herodíades ficou com raiva de João e queria matá-lo, mas não podia. 20 Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava.
21 Finalmente chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes. E ele fez um banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galiléia. 22 A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: «Peça o que quiser e eu darei a você.» 23 E jurou: «Juro que darei qualquer coisa que você me pedir, mesmo que seja a metade do meu reino.» 24 A moça saiu e perguntou à mãe: «O que vou pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Batista.» 25 A moça correu para a sala e pediu ao rei: «Quero que me dê agora, num prato, a cabeça de João Batista.» 26 O rei ficou muito triste. Mas não pôde recusar, pois tinha feito o juramento na frente dos convidados. 27 Imediatamente o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, foi à prisão e cortou a cabeça de João. 28 Depois levou a cabeça num prato, deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29 Ao saber disso, os discípulos de João foram, levaram o cadáver e o sepultaram.

* 14-29: A narração da morte de João Batista apresenta o destino de Jesus e dos que o seguem. A morte de João acontece dentro de um banquete de poderosos. Assim, o profeta que pregava o início de transformação radical é morto por aqueles que se sentem incomodados com essa transformação.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Evangelho do dia - 03/02/2011


Mc 6,7-13
A missão dos discípulos 
 

-* Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. 7 Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. 8 Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9 Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10 E Jesus disse ainda: «Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. 11 Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles.» 12 Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. 13 Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo.

* 6b-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“Hermenêutica conciliar” é tema de reflexões do segundo dia do curso dos bispos

cursobispos3“Hermenêutica conciliar: reforma ou renovação?”. Este foi o tema de reflexões do segundo dia de atividades do 20º curso para bispos, que acontece desde o dia 31 de janeiro, no Centro de Estudos Sumaré, no Rio de Janeiro. A reflexão foi ministrada pelo monsenhor Gabriel Richi Alberti, da Faculdade de Teologia São Damaso, em Madri.
Durante a palestra, monsenhor Richi citou diversas interpretações da teologia conciliar. Três fases de interpretação e recepção do Concílio Vaticano II foram apresentadas ao longo da sua exposição. Ele discorreu sobre a recepção, que, segundo ele é caraterizada pela exaltação, “pela impressão imediata de que o Concílio era um acontecimento libertador”. Logo após ele falou sobre a segunda fase que nasceu sob o símbolo da decepção daqueles que não conseguiam ver na Igreja, com o passar do tempo, nenhuma real renovação.
A essas duas fases, afirmou, sucedeu uma terceira, mais equilibrada, “capaz de integrar os elementos da doutrina tradicional na eclesiologia da comunhão e na antropologia cristã proposta pelo Vaticano II”.
Depois ele discorreu sobre o que nomeou como uma nova etapa: o Pontificado do papa Bento XVI, que propôs como chave de leitura da hermenêutica do Concílio Vaticano II, a existência de duas interpretações, uma baseada no conceito de descontinuidade e ruptura, e outra no de renovação, neste caso não como uma ruptura, mas “dentro da continuidade do único sujeito-Igreja, que o senhor nos doou”. E, neste caso, "é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, contudo, sempre o mesmo, o único sujeito do povo de Deus a caminho".
“As indicações do Santo Padre se encontram no discurso dirigido à Cúria Romana por ocasião da felicitação natalina do ano de 2005. A importância das afirmações do papa, portanto, não se pode deduzir do gênero do documento, pois estamos diante de uma mera alocução, mas sim do conteúdo de suas afirmações”, explicou.
Ao final da exposição de monsenhor Gabiel Richi Alberti, os bispos se reuniram na capela para oração das Vésperas. Como última atividade do dia, eles visitaram o Centro de Operações Rio, inaugurado pela prefeitura da cidade no dia 31 de dezembro. Ele integra cerca de 30 órgãos municipais e concessionárias com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade.

Núncio Apostólico marca presença
nuncioNa tarde desta segunda-feira, 1º de fevereiro, o núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, foi o responsável pelo início das atividades do período da tarde. Ele parabenizou a realização do curso, que avaliou como um importante instrumento de formação permanente para o episcopado brasileiro. Em seguida fez pequenas comunicações sobre assuntos importantes para a Igreja no Brasil, como o ensino religioso nas instituições de educação pública e o acordo entre a Santa Sé e o governo brasileiro.
Ao pronunciamento do Núncio seguiu-se um diálogo entre os palestrantes da manhã e os bispos presentes. Dom Gerhard Ludwig Muller e dom Filippo Santoro responderam a perguntas e ouviram as contribuições dos prelados sobre as temáticas estudadas pela manhã: “Sacramentalidade e constituição carismática da Igreja” e a “Importância da Constituição Pastoral Gaudium et Spes para a missão da Igreja no Terceiro Milênio”, respectivamente.

CNBB com Arquidiocese do Rio

Evangelho do dia - 02/02/2011


Mc 6,7-13
A missão dos discípulos




-* Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. 7 Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. 8 Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9 Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10 E Jesus disse ainda: «Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. 11 Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles.» 12 Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. 13 Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo.

* 6b-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Relançada a Campanha em combate à Hanseníase

cartaz_hanseniase_2010Foi relançada neste domingo, 30, em Aparecida (SP), a Campanha Nacional “Hanseníase tem cura”, que conta com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O relançamento aconteceu após uma missa, presidida pelo secretário Geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, no Santuário Nacional de Aparecida.
“A Hanseníase tem cura e se é diagnosticada e tratada precocemente, a pessoa não precisa ser afastada de suas atividades e de seu convívio social”, disse dom Dimas durante a missa, alertando sobre a importância das pessoas conhecerem a doença.
A Campanha é uma iniciativa do Ministério da Saúde e foi lançada no ano passado com a parceria da CNBB. O novo ministro da saúde, Alexandre Padilha, que esteve em Aparecida ontem, data em que se lembra o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou que os índices da doença no Brasil estão diminuindo.
“Nessa semana comemoramos o fato de que no Brasil, reduzimos em 27% os casos de Hanseníase, entre 2003 e 2009. Mas ainda temos muito a fazer”, disse o ministro Padilha. Os casos novos passaram de 51.941 casos para 37.610, respectivamente. No mesmo período, o número de serviços com pacientes em tratamento de hanseníase aumentou em 45,9%.
O ministro pediu à Igreja que se una no combate ao preconceito contra os hansenianos e na divulgação das informações sobre a doença. “Queria convidar a todos para que se juntem a nós para tratar essas pessoas sem preconceito. Acolhê-las como filhos de Deus e estender a mão a elas quando necessitarem”, disse o ministro.

Diagnóstico da doença
A Hanseníase, também conhecida como Lepra, é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele, provocando danos severos à saúde do portador.  Em 2008, foram detectados quase 40 mil casos da doença, dos quais 2.913 eram crianças e adolescentes menores de 15 anos. A maior incidência concentra-se nos estados de Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Maranhão e Piauí.
Maria Aparecida, que é médica especializada em dermatologia, explicou também como diagnosticar a doença. “A hanseníase é detectada na pele das pessoas geralmente através de manchas. No local da mancha a pessoa não sente diferença entre o quente e o frio, a ponta e a cabeça do alfinete; não sente o tato. Esses casos devem procurar o serviço de saúde para que se tenha possibilidade do tratamento precoce”, explicou a coordenadora.