Uma primeira abordagem dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II será motivo de reflexão dos participantes do 20º Curso para Bispos, que foi aberto na noite desta segunda-feira, 31 de janeiro e vai até 4 de fevereiro, no Centro de Estudos da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no Sumaré. O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, dá continuidade a iniciativa do arcebispo emérito, cardeal Eugenio de Araujo Sales, seguida pelo cardeal Dom Eusébio Scheid, pois entende que a “formação permanente deve ser vista como necessária, especialmente para o bispo, que carrega a responsabilidade do progresso comum e do caminho harmônico na Igreja”, como já recomendava o Papa João Paulo II na Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Pastores Gregis”, em 2003. Na abertura dessa edição, Dom Orani destacou a alegria de participar como convidado para aprofundar temas tão importantes e participar de momentos de confraternização e espiritualidade "que nos faz cada vez mais irmãos, unidos em Cristo". O arcebispo comentou que a variedade e intensidade de abordagens do Concílio não poderiam ser contempladas em um único curso e anunciou a retomada do tema no próximo ano. Conferencistas e temas Cerca de 100 bispos de todo o Brasil acolheram o convite da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro para um encontro de aprofundamento, oração e confraternização, que teve como primeiro conferencista, em 1990, o então cardeal Josef Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Para esta edição, foram convidados Dom Gebhard Ludwig Müller, Bispo de Regensburg que vai abordar a Constituição Dogmática Conciliar sobre a Igreja, “Lumen Gentium”, através da temática “Sacramentalidade e constituição carismática da Igreja, abrindo os trabalhos na manhã de terça-feira, dia 1º de fevereiro. A segunda palestra,enviada pelo cardeal patriarca Angelo Scola, arcebispo de Veneza, que por problemas de agenda não pode estar presente, será apresentada pelo bispo de Petrópolis, Dom Filippo Santoro. A temática é sobre a Igreja no mundo de hoje abordando “Os principais eixos da Constituição Pastoral ‘Gaudium et Spes’ e sua recepção”. E, ainda no mesmo dia, à tarde, monsenhor Gabriel Richi Alberti, arcebispo de Madri, vai questionar a “Hermenêutica conciliar:reforma ou renovação? O cardeal Dom Claudio Hummes, ex-prefeito da Congregação para o Clero, vai encerrar o encontro e ministrará sobre o tema “O clero: 50 anos após o Concílio. Desafio para os bispos”. Visita pastoral Além de participar do curso, os bispos farão uma visita pastoral ao Complexo do Alemão – a Capela Nossa Senhora Aparecida, pertencente à Paróquia Bom Jesus. Os bispos rezarão as Vésperas no local e participarão de um momento cultural e de convívio com a comunidade. A organização do curso dos bispos está sob a responsabilidade do bispo auxiliar emérito do Rio, Dom Karl Josef Romer e Monsenhor Joel Portela, da coordenação de pastoral. O Sacramento Igreja no mundo O 20º Curso para os Bispos foi aberto na noite desta segunda-feira, 31 de janeiro, no Centro de Estudos do Sumaré, com inauguração feita pelo Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. Cerca de 100 bispos de todo país estavam ansiosos para o início do curso, que abordará como tema os 50 anos do Concílio Vaticano II. Na manhã de 1º de fevereiro, o curso iniciou-se às 7 horas com a Celebração da Eucaristia com Laudes, presidida pelo Bispo de Regensburg, Dom Gebhard Ludwing Müller, que também ministrou a primeira palestra do dia. Após o café da manhã, os Bispos ouviram sobre a Constituição Dogmática Conciliar da Igreja, “Lumen Gentium”, através da temática “Sacramentalidade e constituição carismática da Igreja". Durante a palestra, Dom Müller explicou que a essência sacramental é o que dá forma à Igreja. E que, à constituição essencial da Igreja pertencem: as realizações sacramentais inerentes a ela; a hierarquia eclesiástica; e ainda o apostolado dos leigos como exercício autêntico da missão salvífica da Igreja. Em síntese, o Bispo de Regensburg apresentou a natureza da Igreja no seu aspecto divino e humano, e ressaltou aos bispos o aspecto humano como instrumento de comunicação do divino. O Bispo retirou do "Catechismus Romanus", redigido por mandato do Concílio de Trento, a definição de Sacramento: "é um sinal visível de uma graça invisível, instituído para nossa justificação". - De acordo com o Concílio Vaticano II, a Igreja como Sacramento leva, em contrapartida, à unidade com Deus e dos homens entre si, e, exatamente assim, pode vir a ser sinal visível da graça, da redenção e da salvação no mundo, disse. Ele acrescentou que, a Igreja como sinal da salvação e da presença de Jesus Cristo entre as nações precisa, portanto, encontrar sua própria posição no mundo. Ao concluir, Dom Müller orientou os Bispos: - A nós, cabe, de modo especial, a tarefa de fazer com que o amor ao próximo se torne sinal do amor de Deus no mundo e para o mundo. Entusiasmados com as palavras de Dom Müller, durante o intervalo os bispos continuaram a discussão iniciada na palestra. E a animação da estreia pôde ser percebida nas conversas dos Bispos Auxiliares recém-nomeados para a Arquidiocese do Rio. Apesar da ansiedade para a ordenação episcopal que será realizada no próximo sábado, dia 5 de fevereiro, os dias que antecedem a celebração serão muito bem aproveitados no Curso. Para Monsenhor Nelson Francelino, esta é uma oportunidade única de convívio e preparação para a vida episcopal. - O curso dos bispos nos introduz ao convívio com o núcleo brasileiro do episcopado. E o tema desse curso é muito interessante, o Concilio Vaticano II , em meio a toda essa pluralidade e ao tempo que passa, não se pode deixar misturar os conceitos fundamentais. Vamos objetivar as conclusões do Concilio e isso me ajudará muito já que vou entrar no serviço do episcopado, disse Monsenhor Nelson. |
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Bispos brasileiros em formação permanente
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