“Hermenêutica conciliar: reforma ou renovação?”. Este foi o tema de reflexões do segundo dia de atividades do 20º curso para bispos, que acontece desde o dia 31 de janeiro, no Centro de Estudos Sumaré, no Rio de Janeiro. A reflexão foi ministrada pelo monsenhor Gabriel Richi Alberti, da Faculdade de Teologia São Damaso, em Madri.
Durante a palestra, monsenhor Richi citou diversas interpretações da teologia conciliar. Três fases de interpretação e recepção do Concílio Vaticano II foram apresentadas ao longo da sua exposição. Ele discorreu sobre a recepção, que, segundo ele é caraterizada pela exaltação, “pela impressão imediata de que o Concílio era um acontecimento libertador”. Logo após ele falou sobre a segunda fase que nasceu sob o símbolo da decepção daqueles que não conseguiam ver na Igreja, com o passar do tempo, nenhuma real renovação.
A essas duas fases, afirmou, sucedeu uma terceira, mais equilibrada, “capaz de integrar os elementos da doutrina tradicional na eclesiologia da comunhão e na antropologia cristã proposta pelo Vaticano II”.
Depois ele discorreu sobre o que nomeou como uma nova etapa: o Pontificado do papa Bento XVI, que propôs como chave de leitura da hermenêutica do Concílio Vaticano II, a existência de duas interpretações, uma baseada no conceito de descontinuidade e ruptura, e outra no de renovação, neste caso não como uma ruptura, mas “dentro da continuidade do único sujeito-Igreja, que o senhor nos doou”. E, neste caso, "é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, contudo, sempre o mesmo, o único sujeito do povo de Deus a caminho".
“As indicações do Santo Padre se encontram no discurso dirigido à Cúria Romana por ocasião da felicitação natalina do ano de 2005. A importância das afirmações do papa, portanto, não se pode deduzir do gênero do documento, pois estamos diante de uma mera alocução, mas sim do conteúdo de suas afirmações”, explicou.
Ao final da exposição de monsenhor Gabiel Richi Alberti, os bispos se reuniram na capela para oração das Vésperas. Como última atividade do dia, eles visitaram o Centro de Operações Rio, inaugurado pela prefeitura da cidade no dia 31 de dezembro. Ele integra cerca de 30 órgãos municipais e concessionárias com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade.
Núncio Apostólico marca presença
Na tarde desta segunda-feira, 1º de fevereiro, o núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, foi o responsável pelo início das atividades do período da tarde. Ele parabenizou a realização do curso, que avaliou como um importante instrumento de formação permanente para o episcopado brasileiro. Em seguida fez pequenas comunicações sobre assuntos importantes para a Igreja no Brasil, como o ensino religioso nas instituições de educação pública e o acordo entre a Santa Sé e o governo brasileiro.
Ao pronunciamento do Núncio seguiu-se um diálogo entre os palestrantes da manhã e os bispos presentes. Dom Gerhard Ludwig Muller e dom Filippo Santoro responderam a perguntas e ouviram as contribuições dos prelados sobre as temáticas estudadas pela manhã: “Sacramentalidade e constituição carismática da Igreja” e a “Importância da Constituição Pastoral Gaudium et Spes para a missão da Igreja no Terceiro Milênio”, respectivamente.
CNBB com Arquidiocese do Rio
Nenhum comentário:
Postar um comentário