São João Maria Vianney, o cura d’Ars
MINISTROS DO SENHOR
Números 20, 1-13; Mateus 16, 13-23
MINISTROS DO SENHOR
Números 20, 1-13; Mateus 16, 13-23
Hoje lemos o famoso evangelho de Cesareia de Filipe em que Cristo pergunta o que dizem a seu respeito. Hoje comemoramos João Maria Vianney, patrono celeste dos sacerdotes e dos párocos. Os padres constantemente precisam responder a essa pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Padres, presbíteros, ministros do Senhor, trajetórias existenciais ímpares! Homens como todos os homens e, ao mesmo tempo, aqueles que não se pertencem mais. O padre é de um outro que o tocou profundamente. Ele, esse sacerdote ministerial, sabe que foi escolhido para ir e anunciar o Evangelho e ser Cristo ressuscitado no meio do mundo. Lá está ele, revestido de seus paramentos, no meio do altar. Toma pão e toma vinho. Não realiza um teatro. Seu corpo, sua história, sua vida se unem à vida de Cristo, ele, esse homem, em seu ministério sacerdotal se faz pão e vida para os seus e se une ao corpo e sangue daquele que se apresenta ao Pai nas aparências do pão e do vinho. Uma única oferenda. Pronunciando com voz pausada as palavras da Oração Eucarística se faz uma só oferenda com o Cristo. O padre, ministro do altar! Ele torna visível e presente o Cristo ressuscitado no regime dos sacramentos. Não é um “fazedor” de magia. Acolhe seres humanos desejosos do perdão, carentes de alivio na doença, homem e mulher que desejam se unir no Senhor e coloca os gestos dos sacramentos sabendo que quem está agindo é o Cristo ressuscitado através de sua voz e de suas mãos. Ministro dos sacramentos! Luta ele com todo empenho para que os que pedem o batismo ou a reconciliação sejam pessoas que estejam vivendo um processo de conversão. Não descansa enquanto não cria comunidades vivas que possam ser albergues do ressuscitado. | Ele é o ministro da Palavra. Não é alguém que diz qualquer coisa, mas o servo da Palavra que se fez carne e habitou entre nós. Uma palavra sonora que veio do seio da Trindade, explodindo de amor, desejando criar raízes de comunicação amorosa no seio do coração das pessoas como semente que produz frutos cem por um. Ministro que diz uma palavra que consola e que anima, que liberta e apazigua, que cria e que recria. Homem da comunicação que acaba com o isolamento e com a solidão das pessoas e das histórias das pessoas. Ele, o amigo íntimo do Senhor que não vive sem alimentar esse colóquio, na degustação do salmos de todos os dias e de todas as horas, cuja ação não é marcada por uma correria insana e por qualquer improvisação, mas aquele que faz tudo começar no Senhor e tudo para ele se encaminhar. Vive despojando-se de si mesmo diante dos homens e do Senhor para tornar mais profícua sua missão. Arde no coração do sacerdote ministerial o zelo pelas coisas do Senhor: Quer que as pessoas possam dar sua adesão a Cristo, não admite mediocridade na ação dos seus colaboradores de pastoral. Procura os que estão jogados à beira da estrada para levá-los ao abrigo de seu coração e da comunidade cristã da qual ele, o padre, é a alma. Não é funcionário das coisas sagradas, mas presença vigorosa de um enviado do Cristo, instrumento inteligente dele. Na medida em que vai envelhecendo, o ministro ordenado vai ganhando em seu semblante as feições de Cristo Jesus. |
Frei Almir Guimarães
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