Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM (*)
No dia 4 de outubro de 2009, a Conferência dos Ministros Gerais da Primeira Ordem Franciscana e da TOR publicou a mais recente versão do Estatuto para Assistência Espiritual e Pastoral à Ordem Franciscana Secular. Houve poucas mudanças com relação à edição anterior (2002) que aparece no livro Documentos da Ordem Franciscana Secular. Oportunamente será publicada a nova versão do estatuto revisto. Foram poucas as atualizações realizadas sempre em vista de uma melhor compreensão do texto. Nosso propósito aqui é chamar atenção para algumas recomendações e insistências dos Ministros na apresentação do Documento de 2009.
- Lembram os Ministros palavras de Bento XVI no encontro com a Família franciscana em Castel Gandolfo, em junho de 2009. O Papa pedia que os franciscanos continuassem, com valentia e confiança, a anunciar o Evangelho de Cristo e sua beleza e, como Francisco, voltar a sair e reconstruir hoje a casa do Senhor, a Igreja.
- Os Ministros realçam a unidade de toda a Família franciscana: “Conscientes de nossa comum vocação e missão, queremos juntos fazer presente o carisma do comum Seráfico Pai na vida e na missão da Igreja, de maneiras e formas diversas, mas em recíproca comunhão vital, que nos caracteriza desde as origens. Com efeito, desde o começo do carisma, existiam muitos vínculos vivos e fraternos entre os Frades Menores e os penitentes seculares, que queriam viver uma forma de vida semelhante à de Francisco e de seus frades. De seu testemunho e de sua pregação itinerante nascia em torno dos frades outras formas de vida franciscana, tanto ativa como eremítica e contemplativa, que acolhia religiosos, leigos, clérigos, em uma nova família espiritual, a Família franciscana”.
- Entre as distintas formas que existem hoje na Família franciscana ocupa um lugar singular a forma de vida dos franciscanos seculares, que vivem o carisma em sua dimensão secular. Eles, historicamente, estão vinculados aos religiosos franciscanos. A Igreja concedeu como privilégio de serem os primeiros responsáveis pelo cuidado pastoral e espiritual aos superiores maiores da Primeira Ordem e da TOR. “Nós somos responsáveis da mais alta direção (o altius moderamen), que tem como finalidade garantir a fidelidade da OFS ao carisma franciscano secular, a comunhão com a Igreja e união com a Família Franciscana, valores que representam para os franciscanos seculares um compromisso de vida”.
- Na qualidade de Superiores maiores, os Gerais são chamados a exercer essa missão pessoalmente ou através de delegados, os assistentes espirituais, para garantir a cada Fraternidade o cuidado pastoral e espiritual. A assistência visa ajudar os terceiros em seu caminho de fé e de santificação, em sua missão específica e na sólida formação cristã e franciscana.
- Os assistentes (nos diferentes níveis) serão escolhidos com atento discernimento, de maneira que sejam idôneos para este serviço. Os superiores (nos diferentes níveis) cuidarão de sua formação específica, para que possam oferecer uma assistência espiritual autêntica, bem alicerçada na espiritualidade franciscana e sejam capazes de acompanhar os responsáveis seculares e respectivos conselhos no campo da formação inicial e permanente.
- “Uma vez nomeados os assistentes espirituais não podem ser abandonados a si mesmos, mas devem ser acompanhados e animados a trabalharem com amor junto aos franciscanos seculares, tanto por parte de sua comunidade, quanto de seu superior maior, num autêntico espírito de família”.
- Necessário fazer de sorte que não existam Fraternidades privadas desta orientação essencial por parte da assistência. Não deve acontecer que a falta de disponibilidade de religiosas e religiosos franciscanos redunde no fechamento de uma fraternidade secular.
- Os Gerais consideram importante a questão da assistência colegiada.
- O instrumento para a formação dos Assistentes é precisamente o Estatuto à Assistência já conhecido e agora publicado com pequenas modificações.
- Os Ministros agradecem a dedicação de tantos assistentes à OFS. Concluem sua apresentação citando Encarnación del Pozzo, Ministra Geral da OFS, em Assis, no Capitulo das Esteiras, a 16 de abril de 2009: “O cuidado pastoral e a assistência à OFS, mais do que uma norma jurídica, deverá brotar do amor e da fidelidade à sua própria vocação e do desejo de comunicá-la, respeitando a natureza da Fraternidade secular dando prioridade ao testemunho de vida franciscana e mais especialmente ao acompanhamento fraterno”.
Assistente Nacional da OFS pela OFM e Assistente Regional do Sudeste III
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