quarta-feira, 8 de junho de 2011

Jornal - O Franciscano - Junho

O FRANCISCANO
criado em 1952 - reeditado em 1995
Órgão da Fraternidade
 São Francisco de Assis –Rio Comprido
 do Rio de Janeiro/OFS.
Nº 101 – Junho/2011.


Editorial

Queridos irmãos.

Mês de Junho, mês de Santo Antonio, saldemos a este santo franciscano que por seu amor e sua dedicação a Cristo é venerado no mundo inteiro. Que Santo Antonio nos proteja e nos guarde de todos os males e interceda por nós junto a Deus Pai em nossas orações.
Em Palavras de Francisco vamos aprender, mais uma vez, o valor da oração, principalmente quando feita com amor e dedicação.
Trazemos um resumo da palestra de Frei Michel sobre  Introdução ao Evangelho de Mateus.


Frei Michel Alves dos Santos, Conv.
Introdução ao Evangelho de Mateus

A palavra Evangelho significa boa nova, boa notícia. O primeiro Evangelho era apenas o anúncio direto e condensado que afirmava somente o seguinte: Jesus Cristo, Filho de Deus, veio ao mundo, passou fazendo o bem foi crucificado, mas ressuscitou. Com o passar dos anos, conforme a boa notícia foi se espalhando pelo mundo e o conhecimento da pessoa de Jesus não era tão claro para os novos cristãos e os que haviam convivido com Jesus começaram a morrer, as comunidades cristãs acharam por bem escrever aquele anúncio outrora feito oralmente.
O Evangelho de Mateus foi cronologicamente o segundo Evangelho a ser escrito (entre o final dos anos 70 e o início dos anos 80), atualmente sabemos que o Evangelho de Mateus utilizou como fonte o Evangelho de Marcos, acerca do qual possui 600 versículos dos 641. Existem três possibilidades de autoria do texto: 1º) o texto teria sido escrito pelo apóstolo Mateus;  2º) o texto teria sido por um discípulo e escriba (muito conhecedor da Bíblia Hebraica) chamado Mateus que fundou uma comunidade após a diáspora; 3º) o texto teria de fato se baseado em uma tradição que remonta ao apostolo São Mateus que teria de fato escrito um livro que se perdeu, uma vez que chegaram até nós somente os textos escritos em grego.
Destas posições a última é a mais conciliadora e viável em relação à tradição que nos foi transmitida.
O Evangelho de Mateus surge num momento histórico no qual o cristianismo enfrentava três grandes problemas que decorriam do próprio processo de expansão da religião, de sua ruptura com o judaísmo e da destruição do Templo em Jerusalém.
O texto do Evangelho apresenta a seguinte estrutura: I. Apresentação de Jesus (1, 1 – 4, 16); II. Revelação de Jesus, rejeição dos dirigentes e construção da Igreja (4, 17 – 16, 20); III. Caminho para Jerusalém, confrontação, morte e ressurreição de Jesus (4, 17 – 16, 20).
O Evangelho de Mateus é escrito para uma comunidade composta na sua maioria de judeus cristãos oriundos da diáspora que querem afirmar que em Jesus a Sagrada Escritura atinge o seu sentido pleno.
Mateus escreveu o Evangelho mais eclesiológico, pois nele a vida de Jesus se identifica com a vida da Igreja e os problemas enfrentados por Jesus ao longo do Evangelho fornecem respostas para os problemas enfrentados pela Igreja nascente e de todos os tempos. Neste sentido, a Igreja descrita neste evangelho é mais do que uma sinagoga é o Novo Povo de Deus. Neste Povo o discipulado assume uma importância capital, pois todos os membros são discípulos e apenas um é o Mestre: Jesus. Pedro, mais do que o grande chefe da Igreja é reconhecidamente o discípulo real (com virtudes e defeitos), tanto que o poder dado a ele (Mt 16, 18) é o mesmo dado à comunidade (Mt 18, 18).
O Evangelho de Mateus transmite o essencial da Lei de Cristo que pode ser sintetizado em três passagens: Mt 7, 12 (A Regra de ouro); Mt 22, 37-40 (O duplo mandamento do amor) e; Mt 23, 23 (O mais importante da Lei). De fato, quem põe em prática esses ensinamentos já são uns bem aventurados, “comparado ao homem sensato que construiu sua casa sobre a rocha” (Mt 7, 24).


Palavra de Francisco
Um abade experimenta a força de sua oração
   
Noutra ocasião, o abade do mosteiro de São Justino, da diocese de Perusa, encontrou-se com São Francisco no caminho. Apeou-se imediatamente e conversou com ele pouca coisa sobre a salvação de sua alma. Ao partir, pediu humildemente ao santo que rezasse por ele. São Francisco disse: “Vou rezar de boa vontade, meu senhor”. Pouco depois que o abade se afastou, disse o santo a seu companheiro: “Espera um pouco, meu irmão, porque quero cumprir o que prometi”. Sempre teve esse costume. Quando lhe pediam para rezar nunca deixava para depois, cumpria quanto antes o que tinha prometido. Pela súplica que o santo dirigiu a Deus, o abade sentiu de repente um calor diferente e uma doçura que nunca tinha experimentado em seu espírito, tanto que ficou arrebatado e os outros viram que desmaiava. Não demorou muito e, voltando a si, reconheceu a força da oração de São Francisco. Por  isso sempre teve o maior amor para com a Ordem e contou a muita gente esse fato, dizendo que tinha sido um milagre. É assim que os servos de Deus devem prestar um ao outro os seus favores. É bom que entre eles haja essa comunhão de dar e receber. A amizade santa, que muitas vezes é chamada de espiritual, contenta-se com a oração e dá pouco valor aos favores terrenos. Acho que é próprio de uma amizade santa ajudar e ser ajudado na luta espiritual, recomendar e ser recomendado diante do tribunal de Cristo. Imaginemos como subiu em sua oração esse santo, que a tal ponto conseguiu levantar o outro por seus merecimentos./Tomás de Celano – Vida II – Segundo Livro – Cap. 67


ORAÇÃO PARA PEDIR A BENÇÃO DE
SANTO ANTONIO

Que Santo Antonio me defenda de todos os perigos;
Afaste de mim e de meu lar as tribulações:
Proteja-me em todos os meus empreendimentos;
Inspire-me na prática do bem, e me ajude a alcançar a vida eterna.
Amém.


Rápidas e Boas
Frei Donil e o Conselho contam com a colaboração dos irmãos para a doação de bolsas alimentícias e artigos de limpeza para o Seminário. Não se esqueçam dos artigos de higiene pessoal para os nossos seminaristas. Lembramos que estas doações devem ser entregues, em nossa Sede, nos 4º domingos do mês.

Foi maravilhosa e de grande profundidade a reunião realizada em nossa Sede no dia 29 de maio, coordenada por Frei Donil, sobre a Revisão de Vida cuja descrição trazemos em anexo.

Festa de Sto. Antonio na Paróquia. Os dias de festejos passaram a ser os seguintes: 10, 11,12 e 13 (no segundo final de semana) e 17,18 e 19 de junho (no terceiro final de semana). Os demais eventos como a Trezena e a participação da OFS continuaram sem alteração conforme o divulgado em nosso último jornal.
    
O Conselho agradece as doações feitas pelos irmãos da OFS para a festa na Paróquia e lembra a todos para visitarem as barraquinhas da Alice (bolinho de bacalhau) e do casal  Flávio e Rosa (doces).
    
O Retiro Espiritual de nossa Fraternidade será realizado nos dias 19, 20 e 21 de agosto (3º final de semana), na Casa Ermida das Servas da Santíssima Trindade, Miguel Pereira RJ. O custo por participante será de R$ 140,00  referentes a 2 diárias. O valor poderá ser pago  em 7 prestações até o mês de dezembro para aqueles  que assim o desejarem, sendo o valor de R$ 26, 00, por mês, para os que utilizarem o transporte coletivo e de R$ 20,00, por mês, para os que forem de condução própria.

No 4º Domingo ( dia 26 de junho ) a reunião será em nossa Sede, teremos a palestra sobre o 2º discurso do Evangelho de Mateus e após a Santa Missa celebraremos a nossa festa junina com doces e comidas típicas. O Conselho conta com a colaboração de todos os irmãos.



Comunicado da Tesouraria
O irmão Orlando comunica que já está recolhendo a Contribuição Financeira, no valor de R$ 30,00 e a Assinatura da Revista Paz e Bem, no valor de R$ 30, 00, para o ano de 2011. O Conselho para este ano criou um carnê com o qual os irmãos poderão, em parcelas, efetuar o pagamento.



Revisão de vida.

No dia 29.5.11 (5º domingo) foi realizada em nossa Sede a reunião, coordenada por Frei Donil, sobre a revisão de vida fraterna. A reunião teve início com a oração do Ofício franciscano conduzida por nossa irmã Ministra, com os  12  pais-nossos meditados, quando foram apresentados pedidos de orações sobre a necessidade dos franciscanos se dedicarem ao estudo da Regra e Vida, diretriz que norteia a vida de um franciscano secular.
Após este início tivemos a Adoração do Santíssimo seguida de uma palestra ministrada por Frei Donil enaltecendo dos pontos necessários no relacionamento entre os irmãos referentes a uma caminhada franciscana em uma fraternidade abordando aspectos de humildade, obediência, espírito de pobreza, dedicação do serviço, e tantos outros. Tivemos, em seguida, os irmãos divididos em 6 grupos sendo cada um composto de 3 irmãos sendo eles: água, fogo, terra, vento, sol, e lua. Cada grupo recebeu um texto escrito por Frei Almir Ribeiro com o título: Deixar-se corrigir pelos que nos ama. O texto tinha como introdução a Admoestação XXII, 2 de São Francisco de Assis que diz: “Bem-aventurado o servo que, repreendido, benignamente aquiesce, com modéstia se submete, humildemente se confessa e de boa vontade faz reparação”, também abordava a correção fraterna, ressaltando a humildade, virtude essencial entre os irmãos franciscanos, ressaltava os temas passivos de correção como: negligência séria na vida de oração, a falta de afeto para com a fraternidade, posturas de negligência, falta de generosidade, disseminação da discórdia, isto e muito mais deve ser objeto de exortação e correção. O texto terminava com 3 perguntas para estudo em grupo:
1.    O que significa bem precisamente a expressão correção fraterna?
2.    Qual a importância para você da correção fraterna e em que ela contribui para o crescimento da nossa fraternidade?
3.    Em que sentido se pode dizer que a correção fraterna é uma graça?

Após a partilha do almoço no qual tivemos a ajuda e participação do casal de futuros iniciantes Flávio e Rosalba, foram feitas as apresentações pelos grupos e Frei Donil solicitou que também cada grupo escolhesse uma palavra que representasse o que nossa fraternidade precisa para se tornar mais franciscana, e uma outra palavra que representasse o que nossa fraternidade tem de bom e a faz coerente com a espiritualidade franciscana.     
A dinâmica se encerraria durante a celebração da santa missa, logo em seguida, quando seriam queimadas em frente ao altar as palavras que representariam o que nossa fraternidade precisa para se tornar mais franciscana ao pedirmos perdão pelos nossos pecados, e durante o ofertório colocaríamos no mural, simbolizando uma árvore, as palavras escolhidas pelos grupos que representariam o que nossa fraternidade tem de bom, bons frutos.
Foram as seguintes palavras escolhidas pelos grupos incluindo a palavra escolhida pelo Assistente Espiritual Frei Donil:

Pontos negativos de nossa Fraternidade para tornar-se mais franciscana:
FALTA DE DEDICAÇÃO, INDIFERENÇA, FALTA DE ACOLHIMENTO, FRATERNIDADE MAIS CORREGEDORA, FALTA DE COLABORAÇÃO, FALTA DE ENTROSAMENTO E COMODISMO.

O que em nossa fraternidade temos de bom e a faz coerente com a espiritualidade franciscana:
IRMANDADE, AMOR, ALEGRIA, PERSEVERANÇA, ALEGRIA, CONHECIMENTO E ALEGRIA. Três grupos citaram a alegria que convive em nossa Fraternidade.
A reunião foi maravilhosa, todos os participantes gostaram não só do tema como da dinâmica utilizada. Ao fim da Santa Missa, tivemos a coroação de Nossa Senhora, no encerramento do mês de maio,  pelo nosso representante da mini-JUFRA Pedrinho./Texto de Marco Antonio Montenegro.

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